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O Simple Plan saiu na edição de dezembro da revista Alternative Press, conhecida internacionalmente como uma revista referência em bandas atuais. A entrevista contém vários assuntos polemicos, como a baixa venda do álbum Get Your Heart On! nos EUA e como é dificíl se estabelecer com um novo álbum. Confira abaixo os Scans e a tradução
Magazines > Alternative Press – 12.2011
A uma década atrás o Simple Plan eram novatos do Canadá tentando um espaço no cenário pop-punk mundial. Eles vieram, viram, eles venderam produtos. Depois de terem mantido um perfil meio tranquilo, os caras divertidos de Quebec voltaram a sua proposta e – para a surpresa deles – conquistaram uma nova geração de fãs.
Se você foi fã do Simple Plan nos anos 2000, o quinteto canadense provavelmente apareceu em sua cidade com sua turnê. Desde o início a banda faz diversos shows, e fizeram dos EUA sua segunda casa, conquistando o país graças a discos de sucesso como o No Pads, No Helmets… Just Balls e Still Not Getting Any… Mas uma coisa engraçada aconteceu quando eles lançaram o terceiro disco em 2008: eles desapareceram. Se você vivia em uma dimensão e queria ver as músicas do disco Simple Plan ao vivo, você simplesmente não podia;
“Nós paramos de ganhar exposição das rádios nos EUA,” explica o baterista Chuck Comeau em uma pausa de um show na Suíça. “Então nós saímos. Olhando para trás, percebemos que fizemos um grande erro. Nós não deveríamos ter negligenciado os EUA, pois eu acho que isso nos afetou de forma negativa. Nós estávamos esperando que algo acontecesse, mas isso não aconteceu. Foi bem desapontador, pois os EUA é como uma segunda casa para nós, e nós estávamos, literalmente, perdendo tudo pelo que trabalhamos tanto.”
O disco Simple Plan teve um sucesso moderado, mas o disco falhou nas expectativas comparados aos lançamentos anteriores. (No tempo, foi o primeiro disco da banda a não alcançar o disco de platina nos EUA.) Sem um grande hit, o Simple Plan naufragou nos EUA. Entretanto, aos poucos, a banda se tornou mais popular nos outros países ao redor do mundo. O disco ficou entre os 10 mais vendidos em países como Austrália, Suíça, Suécia e Brasil, lançando o grupo – Comeau, o vocalista Pierre Bouvier, os guitarristas Jeff Stinco e Sebastien Lefebvre e o baixista David Desrosiers – aos holofotes mundiais. Eles talvez tenham ficado para trás nos EUA, mas o Simple Plan, finalmente se tornou um poder mundial.
“Nós não éramos novatos em turnês internacionais; fomos para lugares como o Sul da Ásia, Malásia, Indonésia por anos,” disse Comeau. “Mas quando o disco foi bem mundialmente, os shows foram ficando melhores, e nos permitiu sermos uma banda realmente mundial. Nós tocamos para 15.000 pessoas no Jakarta; nós tivemos milhares de fãs acampando do lado de fora dos nossos hotéis no Brasil. Nós tivemos a nossa maior exposição nas rádios de todos os tempos com esse disco, e foi algo vindo de fora. Nós tínhamos que aproveitar isso. Mas no nosso subconsciente, nós estávamos definitivamente preocupados se o que tínhamos nos EUA ainda estaria lá para quando voltássemos.”
Quando o jet lag finalmente terminou depois de uma turnê de 2 anos ao redor do mundo, eles recuperaram seus sinais e recuperaram o mercado que deixaram de lado durante aquele ciclo. Enquanto eles prepararam outro disco, a banda deu seus próximos passos de forma cuidadosa, mostrando para o público dos EUA que eles estavam de volta e melhores do que nunca. Eles se re-introduziram aos EUA no Bamboozle Roadshow de 2010 ao lado do All Time Low, Good Charlotte e Third Eye Blind.
“Nós estávamos com medo,” admite Comeau sobre o reset que receberam dos fãs americanos. “Nós não sabíamos nem se as pessoas saberiam quem nós éramos. Nos dois primeiros minutos do nosso show em Cleveland, nós ficamos entusiasmados. Nós demos autógrafos pra várias crianças a cada dia, e todos eles disseram as mesmas coisas ‘Onde diabos vocês estavam? Estávamos esperando por três anos para vocês voltarem a se apresentar nos EUA.’ Foi muito importante e refrescante para nós. Foi para abrir os nossos olhos.”
Re-energizados pela reação frenética que eles receberam, a banda entrou em estúdio para o quarto disco. Get Your Heart On! foi lançado em Junho, e é foi trabalhado claramente nesse espaço que tinha deixado a desejar. Combinando o polido Simple Plan e espírito divertido e alegre dos seus trabalhos anteriores, o disco foi uma mistura perfeita do velho e novo Simple Plan. De música up-tempo de pop-punk (“You Suck At Love”) e o pop grudante (“Jet Lag”) a uma vibe mais adulta-contemporânea (“Anywhere Else But Here”, “Summer Paradise”), a banda expandiu seu som enquanto mantinha o charme que lançou os caras no início. Enquanto os outros podem ver essa volta às raízes como uma última tentativa de serem relevantes nos EUA, a banda discorda.
“Nós arriscamos muito com o ‘Simple Plan’,” diz Comeau. “Foi um álbum difícil de se fazer. O irmão de Pierre estava com câncer. Definitivamente havia uma fadiga… Nós estávamos exaustos, e as músicas mais obscuras refletiram isso. Eu acho que foi um disco honesto e bravo, e eu sou muito orgulhoso dele mesmo. Mas nós queríamos nos reconectar a lado divertido do Simple Plan, a nossa marca registrada. Nós queríamos fazer um comunicado e voltar às nossas raízes e fazer com que as pessoas saibam que nós não estamos saindo de cena.”
Julgando pela resposta que a banda recebeu na Warped Tour, eles estão prontos para retomar a carreira. Eles foram uma das apresentações mais esperadas, e atraíram uma grande quantidade nas sessões de autógrafos que aconteceram na tenda da Alternative Press, e as apresentações deles superavam a quantidade de público das que estavam no palco principal. Nada disso chocou o organizador Kevin Lyman. “Nós agarramos a oportunidade de trazê-los de volta,” disse Lyman em uma entrevista. “Eu acho que quando você re-introduz uma banda para o público – é porque os fãs definitivamente mudaram desde que eles saíram de cena – é melhor colocá-los em um palco secundário para aproveitar a energia que as bandas mais novas estão conquistando. E eles adoraram. Mas foi um grande risco desaparecer e então esperar que ainda seja relevante. Eu acho que esse foi o último ano que eles poderiam voltar e continuarem bem. Eu lembro de tê-los visto tocar em Philly, e era como o Bon Jovi ou o Blink-182 tocando – um mar de pessoas por todos os lados. Foi algo especial.”
Quando você para e pensa nas bandas nas bandas que apareceram com o Simple Plan com uma revolução no cenário pop-punk – sendo que a maioria delas desapareceu – você fica com mais perguntas do que respostas. Por que o Simple Plan durou sendo que a maioria não? Depois que a banda se arriscou em seu “disco artístico”, os fãs ainda estão procurando por máquinas do pop-punk de 2001? Com um disco levando um nome de duplo sentido e músicas intituladas como “Loser Of the Year” e “You Suck At Love”, é claro que os membros, que agora estão com idades na casa dos 30, ainda se diverte com o que restou. A carreira no cenário pop-punk não deve durar para sempre, é algo que a banda admite. Mas isso não significa que eles vão desistir tão cedo.
“A maioria das bandas não passam do segundo disco, e nós estamos no quarto,” diz Comeau com orgulho. “Nós temos tanta sorte de ainda estarmos aqui, e nós precisamos continuar a nos garantir diversão. (Ter passado pelo que passamos) fez com que nós ligássemos nossas perspectivas nas coisas.”
“Eu sinto uma vibe muito genuína deles,” explica o vocalista do All Time Low Alex Gaskarth em uma entrevista. “Eles só querem se divertir. Existem muitas bandas que surgiram com eles que se levaram muito a sério. Eu acho que quando você faz isso, você começa a fazer discos que não gostaria. O simple Plan nunca ficou irritado com bandas novas entrando no cenário e tentando pegar aquilo que eles conquistaram. Nunca nada os desmotivou.”
O quinteto certamente passou por bons momentos até então. Vendo o que eles conquistaram depois da Warped Tour, a banda irá embarcar em uma turnê ao lado do Forever The Sickest Kids, The Cab e Marianas Trench, seguida por uma turnê em arenas no ano que vem com o All Time Low. Comeau diz que agora a banda tem um novo objetivo. Eles mal podem esperar para revisitar os lugares onde eles começaram. Quando perguntado se ele tinha dúvidas sobre o futuro da banda depois do fracasso do ‘Simple Plan’ nos EUA, Comeau respondeu rapidamente. “Nunca, nunca mesmo,” ele diz com firmeza. “Nós nunca tivemos uma mudança se quer em nossa formação. O espírito da banda somos nós cinco. O segredo é manter a individualidade de cada um. Nós somos melhores juntos…” ele diz antes de soltar uma gargalhada. “Isso parece àquela música das Spice Girls.”
“Nós conquistamos muitas coisas; nós não estamos nem perto do fim,” continua. “Mesmo que o disco anterior tenha sido meio ruim para nós, isso nos fez ficar com mais vontade. Nós acabamos de escrever as nossas melhores músicas. Isso me deixa inspirado para o próximo disco e o que vier depois. Nós ainda nos sentimos meio que undegrounds, da mesma forma que a 12 anos atrás. Eu espero sempre sentir isso.”
Sobre as parcerias realizadas no último disco, Chuck diz: “Nós crescemos tanto como músicos nos últimos 10 anos, e nós realmente queríamos mostrar alguns artistas diferentes que respeitamos nesse disco.”
“Rivers é uma lenda e ele sempre foi alguém que sonhamos em trabalhar em uma parceria,” diz Comeau entusiasmado. “Nós pulamos na oportunidade, e ele foi tão legal. Com a música da Natasha (“Jet Lag”), nós escrevemos com uma vocalista em mente. Nós queríamos que fosse um dueto, então ficamos fritando nossos miolos por um tempo antes de convidá-la. Nós queríamos alguém que não fosse muito obvio.”
Quando perguntamos nomes que eles ainda gostariam de trabalhar, o baterista disse: “Joey Cape, definitivamente. Nós crescemos em Lagwagon, e nossa banda antiga, Reset, tocou com eles. Pink, também – ela tem a melhor voz de todas, ela é uma pessoa legal.” Ele começa a rir. “Nós realmente adoraríamos sermos o P.Diddy do pop-punk.”
Créditos: SPBrazil