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Pierre conversou com a Rock Sound Magazine, do Reino Unido. Entre os assuntos mais diferentes, ele contou que o melhor momento é quando pode estar em casa para ler histórias de dormir e fazer cookies para as filhas. Ele disse ainda que a banda só não acabou porque nunca se sentiram reis do mundo e existem coisas que ainda querem conquistar. Ainda assim, eles ganharam uma votação de melhor banda contra os Beatles, e Pierre garante que seu pai discordaria disso.
Veja as páginas da revista, cedidas pela fã Vicky Parga ao CSP, e a tradução completa feita pelo Simple Plan Brasil!
Imagine a cena: Pierre Bouvier lutando para ficar acordado em um estúdio em Los Angeles, enquanto o rapper multimilionário Nelly grava músicas na cabine. Não muita gente conseguiria prever que isso aconteceria.
“Nelly é uma criatura de outro mundo”, brinca Pierre. “Ele pegou o microfone e começou a cuspir ideias na nossa frente. Ele tem uma personalidade tão forte e é uma verdadeira estrela. Nós ficamos juntos até três da manhã, o que no mundo do rap pode parecer um horário normal, mas isso é muito depois da hora do Simple Plan ir pra cama!”
Quando Pierre e os colegas de banda – os guitarristas Jeff Stinco e Sébastien Lefebvre, o baixista David Desrosiers e o baterista Chuck Comeau – se espremeram pela primeira vez em uma pequena van para tocar músicas como “Addicted” e “I’d Do Anything” em pequenos clubes sem ventilação, eles nunca imaginariam isso. A ideia de que um dia eles estariam correndo por praias cheias de ondas e areia e mergulhando em oceanos azuis cristalinos, recriando cenas do lendário show de TV S.O.S. Malibu com Nelly para o clipe de “I Don’t Wanna Go To Bed”, pareceria insana. Mas aconteceu e essa é a realidade deles ao que eles lançam o quinto álbum de estúdio “Taking One For The Team”.
“Foi um dia difícil de trabalho – em um barco no oceano, cercados de mulheres bonitas em biquínis!” brinca Pierre. “Existiram muitas surpresas na nossa carreira, mas essa foi definitivamente um destaque. Antes de ter internet, eu assistia a S.O.S. Malibu quando era criança – por motivos óbvios – e eu nunca imaginaria que David Hasselhoff um dia fosse cantarolar uma das músicas e aparecer no nosso vídeo.”
Esses cenários bizarros são a norma do Simple Plan hoje em dia. Embora eles nunca tenham sido mencionados da mesma maneira que Green Day e Blink-182, eles são uma banda que gravou com consistência o nome nos livros de história sobre pop-punk. Simple Plan é o tipo de banda que você vê ao vivo e é pego de surpresa por quantas músicas você conhece e ama. Pierre justifica isso com o fato de se manterem firmemente agarrados às raízes, enquanto nunca têm medo de testar coisas novas.
“Nós queremos ser honestos com o que somos e lançar um álbum que os fãs que estão esperando há muito tempo amem”, explica o cantor, com uma paixão óbvia. “No outro lado disso, nós queremos surpreender as pessoas e manter o ar renovado para nós; fazer coisas que nunca fizemos antes.”
Esse é certamente o caso com o último álbum dos cinco caras, no qual os temas de festas pop-punk como “Opinion Overload” estão lado ao lado das pegadas do esplêndido jazz dançante de “I Don’t Wanna Be Sad” e a pegada leve da tão falada “I Don’t Wanna Go To Bed” com Nelly. É essa abordagem dupla de satisfazer fãs novos e antigos que permitiu ao Simple Plan vencer o tempo. Agora, quando eles voltam ao lugar de sua essência na Warped Tour, eles são os mais velhos do gênero. Isso fez uma grande diferença quando subiram no palco no último verão, uma experiência muito diferente das primeiras vezes, quando eles subiam no palco e rezavam para que tivessem público para quem tocar.
“A Warped foi onde tudo começou para nós. Nós nunca nos sentimos uma banda grande, sempre nos sentimos os excluídos”, reflete Pierre. “Talvez porque nunca tivemos um sucesso gigante. Nós nunca estivemos em capas de revistas ou no topo das paradas. Tudo foi uma batalha, cada feito foi difícil de alcançar. É engraçado sermos os mais velhos, mas sempre nos sentimos como crianças.”
Esse espírito jovem reforça que o Simple Plan volta ao cerco pop-punk da Warped Tour sem muito estardalhaço. O clima também mostra que a fonte da juventude que mantém essa banda nova e empolgante é sempre renovada. Assim como o sucesso da nova geração de bandas aparecendo.
“É bom ver gente talentosa carregar a tocha”, diz ele. “Quando eu vi PVRIS e Pierce The Veil na Warped Tour, fiquei impressionado; essas bandas estão arrasando agora. Isso me inspira a ir pro estúdio e fazer mais também”.
Nesse mesmo espírito, Pierre e Chuck agora abraçam as chances de trabalhar com essas bandas mais novas. No ano passado, eles foram ao estúdio com a sensação australiana pop-rock 5 Seconds Of Summer para ajudá-los a rabiscar algumas músicas para o álbum “Sounds Good Feels Good”.
“Os garotos do 5 Seconds Of Summer são legais, então pensamos em dar uma chance”, explica o líder da banda. “Eu acho que o conhecimento que tenho pode ajudar outras pessoas, mas eu também sinto que isso faz de mim um melhor compositor.”
Mesmo que seguir em frente ao lado dos novos sabichões da Warped e trabalhar com uma das bandas mais quentes do mundo possa ter ajudado o Simple Plan a se manter bom no que faz, não dá para ignorar que o Simple Plan está em um território “maduro” hoje em dia. Pierre tem 36 anos agora e embora isso dificilmente faça com que ele seja colocado em um asilo, ele tem sim uma vida de adulto muito aconchegante e confortável fora da banda.
Agora um homem de família, com esposa e crianças, é uma realidade distante dos pensamentos adolescentes de querer sair de sua cidade natal e resmungar por ter levado um pé na bunda.
“Ficar em casa e cuidar das minhas garotas é a melhor coisa”, sorri Pierre. “É ótimo que minha carreira tenha ajudado a sustentar minha esposa e minhas filhas, eu sou muito agradecido pela música ter permitido isso. Eu posso voltar para casa, ler histórias de dormir para minhas filhas e fazer cookies para elas. É difícil ter que ir embora tanto, mas é uma coisa que precisamos fazer.”
É evidente que a família significa o mundo para Pierre. Ele ressalta o quanto é importante que as filhas saibam quem o papai é e que ele tenha uma vida feliz fora dos shows. Isso implora pela óbvia pergunta: quando alguém fica velho demais para a vida pop-punk?
“Os sinais vão nos mostrar quando essa hora chegar. Mas agora não parece ser muito em breve”, insiste ele. “Se começarmos a fazer shows e ninguém aparecer, vamos encontrar um plano B, mas espero que isso nunca aconteça”.
Além de desfrutar de uma longa carreira que permitiu que os integrantes tivessem uma boa vida fora da banda, aquela sensação de ser deslocado ainda empurra o Simple Plan para frente. “Parte do motivo pelo qual ainda estamos aqui é nunca termos tido um hit massivo”, reconhece Pierre. “Nós nos demos bem, sempre fizemos sucesso, mas nunca nos sentimos como os reis do mundo. Esse sentimento permanece com a banda, ainda existem coisas que queremos conquistar. Isso é saudável, nunca estar completamente satisfeito. Essa é a ruína de muitas bandas, elas ficam tão grandes que acreditam nos próprios títulos. Nós ainda temos muito a provar.”
E com o lançamento de seu melhor álbum até então, Pierre e seus colegas de banda já provaram que eles ainda têm muita gasolina no tanque.
Melhor do que os Beatles?
Um tempo atrás, o escritório da Rock Sound se colocou em debate: quem é a melhor banda – Simple Plan ou os Beatles? Para evitar que as coisas ficassem feias e que integrantes da equipe começassem a jogar biscoitos uns nos outros, nós jogamos a questão para vocês através da ultracientífica votação do Twitter. Após uma árdua batalha de 24 horas, que viu as bandas se ultrapassarem em vários momentos, Simple Plan acabou saindo vitorioso, com impressionantes 62% dos votos. “Mentira!” gritou Pierre quando lhe informamos o resultado. “Meu pai definitivamente não concordaria…” acrescenta. Nós achamos que o pai do Pierre estava entre os outros 38%. Desculpe, Sr. Bouvier Mais Velho!