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Pierre: “É emocionante cantar de um jeito que nunca cantei”

Pierre conversou com o site colombiano Shock sobre o peso dos artistas canadenses na música, sobre o que mudou no som e estilo da banda, sobre a Simple Plan Foundation e como é empolgante se ver cantando de um jeito que nunca havia feito. Veja a tradução!

A ressurreição do Simple Plan

Entrevistamos o vocalista do Simple Plan sobre sua ressurreição no novo álbum Taking One For The Team.
Falamos com Pierre Bouvier, vocalista da banda, sobre o novo álbum, a antiga era do pop-rock e como eles reinventam sua música depois de quase cinco anos sem lançar nada novo.
Os canadenses do Simple Plan fizeram parte do grupo de bandas que alcançaram o sucesso na onda do neo-punk e pop rock no início do novo milênio. Quando prevaleciam os cabelos arrepiados e shorts de skatista; e quando bandas como Sum 41, blink-182 e Crazy Town tocavam na MTV quando faziam música, Simple Plan fez o mesmo com canções como “Perfect” e “Addicted”.
Quase simultaneamente que desapareceram as músicas da MTV e se instalaram as plataformas de streaming, o Simple Plan se perdeu nas listas de estreias, trabalhou em um novo álbum e agora ressurgiu com um disco recém-lançado com o qual demorou muito tempo em estúdio: “Taking One For The Team”, que inclui uma colaboração com o rapper Nelly.

O que aconteu nos últimos anos? Nós não ouvimos muito sobre a banda desde seu último lançamento até os recentes singles.
Pierre: Nós fizemos muitas turnês, ficamos em turnê por quase três anos. Em seguida, fizemos uma pequena pausa e começamos a escrever o álbum, eu comecei a escrever em 2013. Nós queríamos ter feito isso antes, mas nós somos uma banda de perfeccionistas e nós queríamos nos certificar de que o álbum seria ótimo, e eu acho que esse processo levou algum tempo.  Nós nos preocupamos com nossos fãs, nós nos preocupamos com nossa música e nos preocupamos com tudo. Nós queríamos garantir que o nosso álbum fosse bom do início ao fim. Eu acho que criar leva algum tempo.
É o nosso quinto álbum e fizemos coisas diferentes e sons diferentes, e eu acho que a cada álbum torna-se mais difícil saber o que nós queremos dizer e o que queremos representar. Escrevemos em torno de 85 músicas para ficar com 14… Começamos em março do ano passado e levou quase um ano para ser concluído. O processo de fazê-lo foi mais do que esperamos, mas estou muito feliz. O processo foi mais longo do que esperávamos, mas estou muito feliz de termos tomado esse tempo porque eu acho que o álbum é muito bom. Estou orgulhoso disso e acho que vai ser o favorito dos fãs e as pessoas vão gostar.

A estética, as roupas e as músicas na época de “Perfect” eram parecidas com muitas outras bandas. Então vocês compartilharam o sucesso com blink-182, Sum 41, etc. Mas agora tudo mudou radicalmente. Vocês se sentiram pressionados a mudar seu estilo de música ou a estética da banda?
P: Eu acho que uma banda tem que mudar seu estilo de música um pouco, não quero ficar fazendo a mesma coisa sempre. Mas, ao mesmo tempo, é importante para nós sermos fiéis a quem somos e ao nosso som. Este álbum é mais rock. Nós realmente nos pressionamos para fazer algo um pouco mais pesado, mais rock do que fizemos no passado, mas também queríamos explorar um pouco mais. Somos músicos por 20 anos e é emocionante para nós tentar coisas diferentes, é emocionante para mim cantar de uma maneira que eu não tenha feito antes, é emocionante para nós usar inspirações que nunca usamos.
Eu acho que é importante para uma banda fazer duas coisas: ser fiel a quem ela é na maior parte do álbum, mas também é importante tentar algo diferente. Eu acho que alguns fãs estão um pouco chocados com algumas músicas; mas você não pode escrever a mesma música sempre, obviamente, o som pode ser no mesmo gênero, mas você não pode reescrever algo que já existe. Mudamos de alguma forma, mas a maior parte do álbum, se você escuta “Opinion Overload”, “Boom”, “Everything Sucks”, “Nostalgic”, “Farewell”… Todas essas são músicas hard punk. Eu acho que é ótimo que nós nos permitimos fazer coisas diferentes, mas, ao mesmo tempo permanecemos fiéis ao nosso tipo de música.

10 anos atrás, estávamos falando de novo-metal, pop, emo, hardcore, etc. O público estava intimamente relacionado com o gênero de música que escutavam. Agora isso não acontece. Em vez disso falamos de grupos da geração Y. Como você acha que o público mudou?
P: Eu acho que a diferença agora é que as pessoas têm maneiras mais fáceis de descobrir uma música. Antes, quando eu era criança, tinha que ir para a loja de música para comprar o álbum que estava procurando, do tipo de música que eu estava procurando. Agora você tem tudo na mão, você pode ir ao Spotify e ouvir o que você quiser, você pode colocar estilos diferentes e encontrar a música, você pode ir ao Youtube e assistir a clipes da música que você quiser. Então eu acho que a acessibilidade da música é maior agora, mas ao mesmo tempo há mais música, então é um pouco confuso. Acho que as pessoas querem sentir emoções. O que nunca vai mudar é que uma música boa e de qualidade pode chegar ao topo. Obviamente, a qualidade é um bom termo relativo; uma música para alguém pode ser muito boa e para outra pessoa pode ser horrível, mas eu acho que quando você cria uma música que é especial, as pessoas se identificam e reagem, querem ouvir de novo e de novo, e vai ser algo que nunca vai acabar.
A boa música, a música que importa, a música que faz você passar algo para as pessoas, ela fica. Então, o público não muda muito. As gerações não são tão diferentes, eu só acho que há mais música para escolher, e a responsabilidade do artista ou o trabalho de uma banda é criar algo que é diferente do resto.

O que há de novo no álbum?
P: Eu acho que é o álbum mais rock que fizemos. Tem as músicas mais pesadas que já fizemos, mas ao mesmo tempo eu acho que ele tem algumas canções pop, representando os dois lados. Tem um lado que representa o que era originalmente Simple Plan e é fiel ao som com o qual começamos, enquanto outras canções dos dois lados como “I Don’t Wanna Go To Bed”, “Singing In The Rain”, “I Dream About You”. Todas essas são canções que nunca fizemos, elas são mais do lado do pop, e eu acho que é importante para nós nos darmos a oportunidade de explorar outras coisas. Somos músicos há 20 anos e encontramos coisas que são interessantes de explorar, tipos diferentes de músicas, mas também quero satisfazer a minha paixão pelo hard punk. Então, o álbum tem três músicas que podem ser pop e outras que são hard rock ou punk, que são os gêneros que eu cresci, de quando eu era uma criança.

O que você acha da nova onda de músicos canadenses? The Weeknd, Justin Bieber…
P: O Canadá sempre foi um grande cenário musical: Avril Lavigne, Nickelback, Sum 41 e também Simple Plan. Arcade Fire também é de lá. E eu acho que sempre será um grande cenário, antes tivemos Bryan Adams, Neil Young; então eu não acho que seja necessariamente uma nova onda, eu acho que o Canadá será sempre importante na música.

O que você gosta nos atuais?
P: Eu não tenho certeza… O meu gosto musical evoluiu um pouco, eu até gosto de algumas músicas do Justin Bieber, acho que são muito boas, mas eu não sei se tem uma banda que tem me animado; The Weeknd é grande, é legal; não é o tipo de música que eu gosto de tocar, mas eu não me importo de escutar. Eu acho que, com a idade, eu sou capaz de apreciar diferentes tipos de música. Eu acho que é bom ouvir um material de qualidade, não importa qual o estilo.

Como está o projeto da Simple Plan Foundation?
P: Nos últimos 7 ou 8 anos, desde quando começamos a fundação, tem sido muito gratificante. Basicamente, somos muito felizes com a nossa banda e por termos sido muito bem sucedidos, então queríamos ter uma maneira de retribuir à comunidade mundial, especialmente aos jovens. Nós nos focamos nisso, arrecadar dinheiro e apoiar grupos que fazem grandes coisas; colocar dinheiro, suor e esforço para ajudar esses caras.
O dinheiro que arrecadamos todos os anos, nós damos às organizações que respeitamos e ajudamos. Até o momento, já arrecadamos 1,5 milhão de dólares, não temos gastos, todos os nossos colaboradores trabalham voluntariamente e, por isso, todo o dinheiro vai para as pessoas que precisam. O nosso grupo de apoio são os jovens que têm problemas de saúde, abuso de drogas, depressão ou problemas de como lidar com suas orientações sexuais, em geral, jovens que têm dificuldades.
Desde o dia em que começamos com a fundação, doamos US $ 1 de cada ingresso que vendemos e também fazemos eventos a cada ano para arrecadar dinheiro; fazemos leilões, shows, todos os tipos de coisas para levantar fundos.

E quando vocês estarão na Colômbia?
P: Nós com certeza estaremos aí em 2016. Então provavelmente faremos shows aí duas vezes no próximo ano e meio.

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