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Perseverança e visualização: Jeff diz que são as coisas mais importantes

Durante a passagem do Simple Plan por Acton Vale pelo festival Show de la rentrée no dia 19 de agosto, a banda cedeu algumas entrevistas – uma delas inclusive foi para a nossa equipe, leia aqui.

Mas além disso, Jeff Stinco aproveitou que estava na cidade para conversar com Marie-Joëlle Champagne sobre os seus sonhos. Sim, seus sonhos. Em uma entrevista um pouco diferente, o guitarrista conta qual era a reação das pessoas diante dos sonhos dele, que é interessante achar a sua paixão ainda jovem e que as coisas mais importantes é ter perseverança e visualização. Confira abaixo o vídeo e a tradução feita pela nossa equipe:

MC: Olá à todos, espero que vocês estejam bem. Hoje estou diretamente do Show de la rentrée de Acton Vale com Jeff Stinco do grupo Simple Plan. Obrigada de aceitar meu convite.
Jeff: É um prazer estar na super exótica e cobiçada Acton Vale.
MC: E muito conhecida.
Jeff: Bem conhecida. (risos)

MC: Hoje, eu gostaria de conhecer sua história no secundário, eu quero conhecer teu sonho. Como as pessoas viam o teu sonho quando você era jovem? Eu gostaria de motivar as pessoas para não desistirem dos seus sonhos, porque vocês são a prova de que tudo é possível, vocês fazem sucesso internacional. Então eu gostaria de conhecer qual era a reação das pessoas quando você dizia que queria ser um músico internacional?
Jeff: Bom, como começou? No secundário, você sabe, você procura a sua identidade. Eu sempre amei guitarra, sempre me fascinou e eu não era muito bom em esportes então foi bom que eu pelo menos tinha alguma habilidade com a música. E como começou? Bem… Você copia as bandas. Eu escutava Pearl Jam, Alice in Chains, Metallica e eu tocava um pouco neste estilo musical e eventualmente você começa a criar as suas músicas. E sobre seguir seus sonhos, bom, você parece um louco quando diz que quer dar a volta no mundo, que quer tocar no mesmo palco que o Metallica tocou, você parece louco, porque as pessoas, talvez está um pouco na natureza dos quebequenses dizerem: – Escuta, talvez você deveria ter um Plano B. Isso a gente escuta muito.
MC: Sim, é verdade!
Jeff: Algo do tipo: – Você é um músico bom, mas talvez você deveria estudar outra coisa. Eu não diria que é errado isso como ideia, mas a minha filosofia é mais do tipo “Eu vou a fundo nisso, eu vou dar tudo de mim o máximo que eu puder”. E o Plano B era, se não der certo eu me re-oriento. Tem que pensar também em colocar as coisas sempre em perspectiva. Há cem anos você era velho com 40 anos, cem anos antes você era velho com 30 anos. Então era bom você escolher bem a sua carreira, porque era aquilo que você ia fazer o resto da sua vida. E agora na nossa época você pode se reinventar, você pode fazer coisas diferentes e eu acho que é interessante de dizer: – Eu vou tentar fazer alguma coisa, eu vou me expressar. Eu sempre achei que fazer música me evitou a fazer coisas erradas na vida.
MC: Sério?
Jeff: Eu acho que adolescente sempre tem vontade… Eu sempre morei na região metropolitana, então para fazer qualquer coisa que era legal tinha que passar uma hora ou duas horas no ônibus.
MC: Eu entendo bem isso.
Jeff: Isso quando teus pais deixam você ir. E tinha alguma coisa legal, para me deixar longe de coisas erradas era fazer música. Eu tenho amigos que fizeram coisas erradas. Eu acho que é interessante achar qual é a sua paixão quando você é jovem, que seja o esporte, ou as artes, a comunicação, a música, pouco importa o que seja, mas encontrar algo que você gosta e se dar ao completo

MC: E você já sofreu bulling. Alguma coisa te afetou emocionalmente no teu caminho e você disse: – OK, eu vou parar com tudo isso e eu vou focar no meu Plano B?
Jeff: Eu vou dar a impressão de ser um pouco dinossauro, mas eu não chamava isso de bulling, eu chamava isso de um cara que estragava as Doc¹ (risos). Sim, já me aconteceu de comprar um par de botas que eu tinha economizado todo o verão cortando grama, isso era realmente muito importante pra mim e então um cara de uma outra escola estragou minhas botinas. Eu entrei descalço em casa e meu pai ficou doido comigo, tipo: – “Você tinha que ter deixado ele levar suas botas?”, mas o cara ia me engolir se eu não deixasse (risos). Eu acho que é traumatizante, mas ao mesmo tempo me fez pensar que sim, talvez eu poderia ter evitado isso, mas a música pra mim é minha identidade, é minha maneira de entrar em uma turma. Eu tocava com o Chuck e com o Pierre, nosso baterista e cantor, e eu era muito jovem, eu tinha 12 ou 13 anos e nós gostávamos das mesmas bandas, nós falávamos de música constantemente. Nós não falávamos do sonho que nós tínhamos de tocar em uma banda, nós falávamos bastante entre nós, mas nós não dizíamos as outras pessoas. Nós tocávamos em shows de natal, em shows de finais de ano, com outras bandas também, mas não era um glamour. Nós fazíamos o que tínhamos que fazer e crescíamos progressivamente. Mas isso era minha identidade, eu era “O guitarrista da escola”.

Doc¹ = Marca de botinas Doc. Martens

MC: E hoje depois de tanto tempo, agora que você já realizou o teu sonho, talvez até mais do que você sonhou. Como você se sente diante das pessoas que não acreditavam em você?
Jeff: É sempre um sentimento de querer encontrar aquela menina mais bonita do secundário e dizer: – Você não quer sair comigo? Você tem certeza disso? (risos). Mas na verdade, eu posso entender. Eu tenho amigos que realizaram várias coisas fora da música e quando eles me falavam coisas de informática que eu não entendia nada. Eu acho que é da natureza humana querer simplificar as coisas. Se alguém te fala dos seus sonhos tipo, o cara do FaceBook. A primeira vez que disseram que as pessoas iam colocar a vida delas em uma página, colocar suas fotos, todo mundo dizia: -Cara, você é um retardado! Por que as pessoas colocariam a vida privada delas na internet? E hoje você vê, todo mundo faz isso e é natural. Eu acho que o espírito humano quer simplificar as coisas e a gente não gosta muito que essas coisas atrapalhem, tipo: – “Ser músico, nos fins de semanas e durante as semanas ter um outro trabalho.” Mas não era essa a ideia que nós tínhamos, nos queríamos muito. Eu me lembro que eu via o DVD do Metallica na Russia e eu dizia: – Um dia eu vou tocar aí.
MC: Sério?
Jeff: Eu sonhava alto com isso e eu falava com os caras da banda. Eu acho que é importante sonhar alto e eu vou ser um pouco espiritual… Eu vou dizer uma palavra que era aceitável na nossa época. “Visualizar” o que você quer é o mínimo. Um atleta que não é capaz de visualizar seu salto num mergulho ele não vai conseguir fazer. Um atleta que não é capaz de visualizar a sua corrida não vai conseguir. E por que nas nossas vidas nós nunca falamos de visualizar nosso sucesso, aonde a vida pode te levar a felicidade. Eu acho que você é capaz de visualizar isso, você tem uma melhor chance de realizar.

MC: Minha última pergunta é a mais importante. Os conselhos que você dá à todos os jovem que querem realizar seus sonhos, então eu acho que a “visualização” é importante, mas emocionalmente e psicologicamente o que seria o mais importante?
Jeff: Eu acho que é a perseverança. Nós fizemos uma piada sobre as botinas “Doc Martens”. Mas você tem que ter consciência que você vai escutar mais não do que sim na vida. Sobre tudo se você desenvolve uma carreira e tenta se desenvolver como pessoa, as pessoas sempre vão dizer: – Eu acho que você deveria fazer isso, ou aquilo. Nós sempre estamos nos estereótipos: – “Você é loira, então vai fazer isso!” Eu acho que a perseverança é algo a ser desenvolver e sempre tenha com você que não é porque alguém te disse alguma coisa que você é isso. Eu sempre digo as minhas filhas, se vocês vêem alguém na rua bêbado e começam a gritar pra vocês que vocês são loucas, ou isso ou aquilo, vocês vão se dizer: – “Bom, o cara não estava bem”, mas se alguém que parece normal te diz isso vocês vão acreditar? Vocês não sabem o que essa pessoa viveu antes, o que ela passou na vida. Então sempre tem que ter em mente que não é porque alguém te falou você tem que assumir como verdadeiro. Então isso é uma das coisas que eu te diria e a outra coisa é que tem que trabalhar. A realidade é que todo mundo foi ruim antes de ser bom. Eu não acho que… Lá vai eu voltar novamente nos jogos olímpicos (risos). Mas eu não acho que você se torna um atleta olímpico, eu não acho que nenhum desses atletas era bom. Eles tinham atitude, talvez potencial, mas eles ficaram bons porque trabalharam e treinaram muito. Eu treino guitarra todos os dias. O que nós fazemos com o Simple Plan é simples, mas isso não me impede de me desenvolver como ser humano e como músico, então eu diria: Perseverança, visualização, sei que isso soa um pouco hippie, mas acho que são importantes e também muito trabalho.
MC: Bom, muito obrigada. Eu vou aplicar todos esses conselhos, porque me falta um longo caminho antes de chegar a ser uma Maripier Morin². E nós nos veremos em breve para um próximo vídeo. Até logo!

Maripier Morin² = apresentadora de TV no Quebec e modelo que “beijou” Pierre no clipe I Don’t Wanna Go to Bed

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