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“Perfect” é sobre começo da banda, “Problem Child” sobre irmão do Chuck

Em um papo com a italiana Brainstorming Magazine, Jeff fala sobre muita coisa nova. Ele comentou sobre “Problem Child” se parecer com a continuação de “Perfect” e a diferença de contexto entre elas. O guitarrista falou ainda sobre as brigas na banda para montar as setlists dos shows e como os novos pacotes VIP ajudam a compensar a queda nas vendas dos CDs. Leia a tradução.

“Taking One For The Team” é seu quinto álbum. Foi mais difícil trabalhar nele? É verdade que vocês se mudaram para a casa do Chuck durante o processo de criação?
Jeff: Sim. Quando você é uma banda há muito tempo, você percebe que existem certas coisas que você fez no caminho que são melhores do que outras, e uma coisa muito boa que fizemos no primeiro álbum foi ficar junto durante todo o processo: isso cria uma banda, cria os laços. Esses dias, com a internet, é tão fácil enviar arquivos: você pode estar em Montreal ou em Los Angeles, sem contar que todos temos estúdio em casa, então podemos gravar músicas, mas não é a mesma coisa do que Sebastien e eu acordando de manhã, trabalhando nas nossas partes de guitarra e entrando no estúdio; há algo especial nisso, isso cria outro clima, é mais espontâneo, mais real. Se eu estivesse na minha casa, eu repensaria, gravaria de novo e talvez fizesse soar incrível, mas seria melhor? É diferente. Nós sentimos que esse contato humano era importante.
Então foi difícil fazer esse álbum? Sim, foi difícil.
Eu acho que nenhum álbum já tenha sido fácil de fazer, exceto o segundo. No segundo, nós sabíamos o que precisávamos fazer, entramos no estúdio e tivemos um mês e meio para fazê-lo, porque entraríamos em turnê depois, então não tínhamos escolha além de terminá-lo; aí voltamos para a estrada e foi isso. Então foi um álbum fácil de fazer; os outros foram todos difíceis.
Desta vez, o difícil foi encontrar nossa identidade como banda em 2016; muitas pessoas ficam com medo disso, mas você precisa saber, você precisa saber o que está fazendo. E nós somos seres humanos, nós evoluímos, nós ouvimos música nova, novas bandas. Hoje em dia você poderia ouvir Justin Bieber ou death metal, e isso é compatível. Quando começamos, você gostava de pop-punk e não ouvia mais nada, ou se ouvisse, não contava. Bieber é um exemplo ruim porque eu não sei o que ele faz, mas existem muitos artistas pop que eu realmente amo; é o equilíbrio de tudo.
O difícil foi encontrar esse equilíbrio entre a nostalgia dos primeiros dois álbuns – as pessoas os amam, os sons – e o que Simple Plan poderia e gostaria de fazer em 2016. Então você precisa trazer de volta aquela nostalgia para 2016 e tentar coisas novas, sem soar muito bizarro para seus fãs, e esse é um equilíbrio difícil de encontrar.

Vocês conseguiram!
Jeff: Obrigado. Nós costumávamos ouvir o tempo todo: “Eu amo seu quarto álbum… mas eu prefiro o primeiro.” Nós ouvíamos isso o tempo todo, mas agora as pessoas parecem achar o último o álbum o favorito. Isso muda as coisas para mim.

Qual sua música favorita do álbum no momento?
Jeff: Isso muda, realmente muda.
Eu amo “Kiss Me Like Nobody’s Watching”, eu acho que é uma ótima música; existe uma coisa muito positiva nela, existe uma coisa muito clara nessa música, mas também existe uma segunda camada nela.
E eu amo “Singing In The Rain” também. Eu acho que é provavelmente a melhor música que já tivemos. Eu só amo a mensagem positiva dela: qualquer merda que acontecer comigo, eu vou prevalecer, eu vou ficar mais forte; eu acho que é uma letra legal.

“Problem Child” parece a continuação de “Perfect”.
Jeff: Você está certo, é assim que eu vejo também.

E quanto à letra e a criação dessa música?
Jeff: Eu vou falar sobre a perspectiva do Chuck, porque eu não escrevi essa música. “Perfect” é uma música pessoal: é sobre o que todos nós vivemos naquele período. Estávamos na escola; eu estava em um colégio de música, eu estava participando de concursos, eu estava vencendo concursos, e eu tinha uma carreira como solista, um solista de guitarra clássica. Em algum momento eu consegui a banda, era meu hobby, e essa banda se chamava Simple Plan, era a banda para os meus finais de semana; Sebastien estava estudando na universidade, ele iria se tornar um engenheiro, e a banda de fim de semana dele era o Simple Plan; Chuck estava estudando direito, e a banda de fim de semana dele era o Simple Plan… De repente, a atenção mudou, o Simple Plan ficou maior, mais importante, e todos nós precisamos contar aos nossos pais que não íamos mais para a escola, íamos nos tornar músicos, e isso os machucou, nossos pais ficaram decepcionados, porque um pai quer o melhor para o filho e eles achavam que ser músico não era o melhor para nós. Então “Perfect” foi sobre isso.
“Problem Child” é mais a história do irmão do Chuck, que levou muito tempo para encontrar seu equilíbrio, seu chão, e quando era adolescente, mesmo quando era um jovem adulto, ele era inconsequente e não necessariamente muito bom dentro do corpo dele. Quando o Chuck trouxe aquela música, nós sentimos que era muito pessoal, todos nós sentimos que era realmente muito sobre uma pessoa, mas aí nós percebemos que poderia ter apelo a mais gente do que só o Chuck.

Vocês são uma das poucas bandas que nunca mudaram a formação, mesmo que suas vidas sejam tão diferentes. Qual seu segredo?
Jeff: Honestamente. Verdade. Nós falamos muito, nos comunicamos bem. Eu acho que é isso. Nós sempre dizemos que é porque tivemos as mesmas origens, nossas famílias se conheciam, fomos para a mesma escola, fomos criados do mesmo jeito, mas a verdade sobre isso é, eu acho, que temos um desejo de superar nossos problemas. Quando tenho um problema com o Chuck, ou com o Pierre, eu vou discutir com eles dentro de algumas horas, e nós vamos resolver; se precisarmos brigar, vamos brigar, e então vamos consertar. Isso é porque nos importamos com o Simple Plan mais do que com nós mesmos. E isso leva ao “Taking One For The Team”. Quantas vezes eu não sinto tipo “eu não quero fazer isso, eu realmente não quero fazer isso”? Mas aí eu penso “vou fazer isso pelo bem maior, pela banda, eu vou levar uma pelo time”.

Qual álbum mais te representa?
Jeff: Todos os álbuns são importantes, porque são fases maiores das nossas vidas. Quando você faz um álbum, aí entra em turnê, isso é um pedaço de três ou quatro anos da sua vida, tão grande, é muito importante.
Existem certas músicas que eu toco ao vivo, agora, que são tão poderosas; quando toco “Your Love Is A Lie” eu fico puto, eu estou realmente bravo no palco.
Então é isso, e existem tantas músicas que te fazem sentir bem. “Perfect World” me faz sentir bem; é sobre como as coisas não são perfeitas, mas existe uma esperança na letra. Outra música que me faz sentir bem é “Singing In The Rain”. É sobre dizer “vá se ferrar, cara. As coisas não estão bem agora, mas eu vou prevalecer”.

Como vocês escolheram a setlist?
Jeff: Não sei se você percebeu, mas nós trocamos algumas músicas na setlist agora, existe uma rotação. Isso porque nós vemos que existem fãs que vão a muitos shows; aqui na Itália, existem fãs que foram para Bolonha e estavam aqui hoje, e nós não queremos deixá-los entediadas, queremos surpreendê-los; nunca contamos quais músicas vamos tocar, às vezes músicas novas, às vezes músicas antigas, nós mudamos; eu acho que isso faz as coisas continuarem interessantes para os fãs.
Tem muita briga sobre setlist entre nós. Existem certas músicas que você precisa tocar: você não pode não tocar “I’d Do Anything” ou “Perfect” ou “Welcome To My Life”, você precisa tê-las na setlist; mas aí você toca “Take My Hand” ou “Your Love Is A Lie”? Não é claro.
E, entre as músicas novas, nós não sabemos quais vão se destacar ainda; então tocamos “Perfectly Perfect” ou é cedo demais? Tocamos “Problem Child”? Nós mudamos, e na próxima turnê vamos mudar tudo de novo.

Vocês colocaram um ingresso VIP, e alguma coisa mudou para o seu fã clube – nem todos os fãs estão felizes agora. O que acha sobre isso?
Jeff: Sério? Tudo que sei é que nada mudou para o fã clube. Você entra, você vê a passagem de som. Basicamente para nós, o princípio é que, quando você é um fã, você adora ver a passagem de som e conhecer a banda.
O que tem de especial para o VIP é que isso nos deixa ter menos gente, mas passar mais tempo com eles; a realidade é que agora temos muita gente para conhecer. O VIP adiciona mais uma coisa para nós: temos um pré-show agora, temos uma passagem de som, temos o show, e ainda vamos sair e encontrar os fãs depois. Então é um longo dia para nós, mas essas pessoas têm uma experiência exclusiva com a banda.
E se você quer sinceridade, nós não vendemos mais álbuns, ninguém vende, então se você quer continuar na estrada, você precisa pensar em um jeito de fazer isso.

Vocês voltam para a Itália em maio. Já sabem quando?
Jeff:  Vamos para Turim e Roma, em 16 e 17 de maio. Talvez acrescentemos uma data, mas ainda não sabemos.

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