O gaúcho Jornal do Comércio entrevistou Chuck Comeau, o baterista do Simple Plan, que comentou sobre diversos assuntos, dentre eles sobre a aposta do francês em um single, as participações que fizeram o álbum Get Your Heart On! um sucesso e algo diferente e muito mais. Confira abaixo a matéria completa publicada ontem por Júlia Schwarz:

Seguindo a agenda de grandes shows internacionais, Porto Alegre recebe neste domingo a banda franco-canadense Simple Plan, que acaba de tocar no SWU, em Paulínia, São Paulo. As apresentações fazem parte da turnê do disco Get Your Heart On!, o quarto álbum de estúdio do grupo formado por Pierre Bouvier (vocais), Jeff Stinco (guitarras), Chuck Comeau (bacteria), Sébastien Lefebvre (guitarras/ segunda voz) e David Desrosiers (baixo). Conhecidos no País desde seu primeiro CD, No Pads, No Helmets… Just Balls, foi com o segundo trabalho Still not getting any… dos singles Welcome to my life, Shut up!e Crazy que o Simple Plan grudou na mente e nos tocadores de música dos adolescentes brasileiros.

Em entrevista com o baterista Chuck Comeau sobre o novo álbum e as expectativas para os dois concertos, ele não soube precisar o número de vezes em que estiveram no Brasil (foram cinco), arriscou com sucesso saudações em português e creditou à vida cotidiana dos membros da banda o fator de ligação entre as canções de Get your heart on.

“Acontecimentos vividos por nós e pelas pessoas em diferentes situações. São canções muito confessionais, sem um tema específico que esteja presente em todo o álbum. Algumas delas são bastante leves. Can’t keep my hands out of you é uma das músicas mais toscas e engraçadas que já fizemos, mas, obviamente, é superdivertida e gruda, fácil de recordar. Este é um dos lados da banda. No outro, há músicas como Astronaut, This song saved my life  e Gone too soon  que são mais sérias e um pouco mais emotivas.”

O teor confessional das composições não é exatamente uma novidade para a banda de pop punk, rotulada de EMO (de emotional hard core) nos anos 2000, sendo uma característica presente em boa parte de suas obras. Entretanto, Get your heart on traz experimentos que deixaram os músicos um tanto ansiosos e até inseguros quanto à resposta que receberiam de seu público. A mais arriscada delas era Summer Paradise que deveria ter um sabor de reggae e hip hop, algo que, segundo Chuck, se fazia necessário para dar uma dimensão diferente dos anteriores, mas que a banda nunca conseguiria sem ajuda. Convidaram, então, o poeta e rapper somali-canadense K’Naan para dar seu toque à canção. Apesar da soma de ritmos tão diversos daqueles originalmente contemplados pela banda, os fãs a aprovaram: “Fico muito contente com a reação positiva do público. Quando tocamos ao vivo todos cantam juntos e se divertem. Acho que funcionou porque, apesar de ser bastante diferente, ainda se sente que é uma música nossa devido aos arranjos, à voz e à letra”.

A segunda inovação foi gravar uma versão em francês de Jet Lag. Originais de Montreal, este é o idioma de todos os membros da banda, de suas famílias e amigos, que há tempos pediam uma chanson en français. Questionado porque nunca o haviam utilizado em composições, Chuck alega: “A maioria das nossas influências canta em inglês, foi nesta língua que crescemos musicalmente. O francês é bonito e é com ele que a banda se comunica, mas é difícil para escrever canções de rock… Aos 12 anos de grupo resolvemos que estava na hora de tentar”. Novamente, arriscar foi a escolha correta: a gravação com a também franco-canadense Marie-Mai é preferida à original em inglês pelos fãs e foi a única versão a ir para o videoclipe.

A lista de participações especiais no álbum segue com o vocalista e guitarrista da All Time Low, Alex Gaskarth, com quem produziram Freaking me out, e Rivers Cuomo (Can’t keep my hands out of you). O líder da Weezer foi o único músico com quem a Simple Plan chegou a escrever as letras das canções: “Foi realmente especial para nós trabalharmos com tamanha lenda. Nós todos somos fãs da banda desde nossos 14 ou 15 anos e foi muito bom poder aprender com o Cuomo. Tê-lo no álbum foi como a cereja do bolo”, relata, empolgado, o baterista. Chuck, Pierre, Seb, Jeff e Desroisiers proporcionaram aos fãs o mesmo prazer que eles tiveram de escrever com seu ídolo: a música This song saved my life foi escrita com a colaboração do público via twitter.

Antes de despedir-se (em português), Chuck disse estar ansioso para reencontrar os brasileiros nos palcos. O resultado das parcerias tão diversas do novo álbum da banda e seus hits – eles prometeram tocar vários – poderá ser conferidos ao vivo neste domingo no Pepsi On Stage (Severo Dullius, 1.995), às 21h. Os ingressos para a pista custam R$ 85,00, para o mezanino R$ 115,00 e para a pista premium R$ 165,00, podendo ser adquiridos antecipadamente nas Lojas Gang ou no site www.compreingressos.com.br. A classificação etária é de 14 anos e jovens abaixo desta idade só entram com pais ou responsáveis.