Na semana passada, com o lançamento do Taking One For The Team os caras do Simple Plan tiveram dias com muitos compromissos, como entrevistas, presença em programas de TV locais, sessões de fotos e muitos outros. Um deles, foi uma entrevista cedida a Alternative Press que foi divulgada na última quinta-feira, 18 de fevereiro.

Na entrevista, Chuck Comeau e Pierre Bouvier, falaram sobre o tempo de produção do álbum, o fato dos fãs acharem que o álbum seria algo bem pop, antes mesmo de ouvirem todas as músicas, comentaram sobre a inclusão da cantora Juliet Simms na música “I Dream About You” e o Jeff ter saído da banda três vezes nesses 17 anos de história da banda. Confira a transcrição completa feita por nossa equipe:

Na entrevista, Pierre e Chuck falam sobre como soa horrível quando se diz que o CD demorou meia década para sair. “Como uma banda, nós precisamos desafiar nossas próprias barreiras, e as barreiras estão ficando cada vez maiores. Nós somos perfeccionistas e não nos contentamos com a primeira ideia que temos”, diz Pierre.

O repórter Nick Major fala sobre a confusão dos fãs ao achar que a banda tomaria um caminho pop, antes de ouvir o álbum completo e perceber que eles ainda soam como o antigo Simple Plan. “Esse é o ponto. A gente sempre se desafia a fazer coisas diferentes, coisas que surpreendam as pessoas. Nós fizemos muito isso na nossa carreira. Mas também é importante para nós ter aquele som com que começamos, que ainda amamos. Eu tenho 36 anos e ainda aprecio um bom pop-punk”, continua Pierre.

“Nós ainda estamos ligados nessa cena, ainda escutamos as novas bandas que aparecem e ainda gostamos disso”, completa Chuck. “Com esse álbum, nós queríamos reafirmar que essa música é relevante, que ainda é importante, que ainda tem um lugar”.

Pierre diz que, ainda assim, a banda não quer ficar presa no passado. “Nós fazemos música desde os catorze anos. Como artistas, queremos fazer coisas que não éramos capazes de fazer, vinte anos atrás”. Segundo Chuck, pode ter sido por isso também que o álbum demorou tanto. “Nós tivemos que decidir o que gostaríamos de fazer em 2016”.

Nick pergunta também sobre ‘Boom’, que ele suspeitou ter sido gravado durante o APMAs do ano passado, a premiação da AltPress. “Sim. Tinha muitas bandas com que já fizemos turnês e muitos artistas que conhecemos lá na hora, e foi o que precisávamos. Era sobre festejar. É sempre legal para os fãs verem várias bandas que eles gostam juntos”, explica Pierre. “E também é super legal misturar as gerações, como fizemos”, acrescenta Chuck.

Sobre a parceria com Juliet Simms, Pierre diz que “a música tinha sido gravada há muito tempo e, até pouco tempo atrás, Juliet nem estava nela. A gente escreveu e pensou que seria legal ter uma cantora, porque é uma música romântica. Sou eu falando que sou doido por alguém, e seria legal ter, no segundo verso, a garota cantando o outro lado dessa história. Aí pensamos nela. A voz dela é incrível, ela é legal, e decidimos ver se ela estava interessada. Mandamos um e-mail e ela ficou super empolgada. Ficou muito mais especial”.

O repórter questiona ainda sobre a formação da banda ser a mesma desde o princípio, ao contrário de tantas outras. “Eu acho que nós somos muito bons em resolver os nossos problemas”, diz Pierre. “Nós somos muito teimosos. No começo da banda, a gente brigava muito. Eu lembro do Jeff deixar a banda umas três vezes antes mesmo da gente fazer o primeiro show. E por isso ficamos muito bons em parar tudo, sentar e conversar. Ao longo dos anos, isso nos deixou muito próximos. Eu lembro de uma época em que o David se afastava, ele fazia isso sozinho. Mas agora todos nós estamos mais unidos do que nunca”.

Pierre diz ainda que os altos e baixos da banda os fortaleceram muito. “Mesmo no meio de tanto sucesso, tivemos períodos difíceis. E eu não sei por que as outras bandas estão perdendo integrantes, se separando por um tempo, não se suportando”.

“Eu acho que parte do motivo foi eu o Pierre já termos feito parte de outra banda quando éramos muito mais novos”, continua Chuck. “E a gente brigou muito e se separou. Quer dizer, ele me chutou da banda. Todo mundo comete erros. Por causa disso, para mim, pelo menos, eu percebi que você pode perder uma coisa muito especial, se você não encontrar um jeito de fazer dar certo. Música é minha paixão e, sem querer soar emotivo, quebrou o meu coração não poder mais trabalhar com isso, naquela época. Então, quando formamos outra banda, aprendemos a não ser tão egoístas e sermos jogadores de um mesmo time”.

Sobre o produtor Howard Benson, Pierre diz que dois álbuns que os convenceram de que deveriam trabalhar com ele foram “The Black Parade” do My Chemical Romance e “Move Along” do The All-American Rejects, além da música “The Reason” do Hoobastank. Chuck diz ainda que não são fiéis aos produtores. “Sempre temos um diferente. Vemos isso como uma chance de trabalhar com pessoas que fizeram álbuns icônicos e entender como cada uma delas trabalha. Foi legal ver o processo dele”.