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Jeff diz que Simple Plan pode não ser pra sempre

O podcaster canadense Dan McPeake esteve com o Simple Plan, ao que tudo indica em agosto, e gravou uma entrevista com Jeff Stinco e David Desrosiers para seu programa Endeavours. Na entrevista Dan conversa com a dupla sobre os singles do álbum Taking One For The Team e também sobre outros assuntos como: David ser piloto comercial de aviões, a voz do Pierre ser a cara do Simple Plan em qualquer lugar, o fim do Simple Plan e muito mais!

Confira abaixo o vídeo da entrevista e a transcrição completa feita por nossa equipe:

Dan McPeake: O novo álbum é o Taking One For The Team. Ouvi algumas das faixas e parece que elas saem for a do padrão que vocês soam musicalmente. Qual o porquê dessa mudança e como ela surgiu pra vocês?

Jeff: Eu diria que desde o álbum três e os sucessores, nos deram mais chances. Com o passar dos anos nós percebemos que o Simple Plan é muito “elástico”, que conseguiu nos levar a muitos lugares. E nesse último álbum em particular nós decidimos que queríamos retornar aos álbuns antigos, então ele ficou bem pop pun, bem melódico, bem energético. Mas sim, há momentos em que tentamos inovar. “I Don’t Wanna Go To Bed”, por exemplo, tem uma tendência funky, ou “I Dream About You” ou “Singing In The Rain”… Essas faixas trazem esse sentimento para o Simple Plan. A realidade é que durante a carreira você tem que se ancorar na sua história e no que as pessoas esperam que você seja, mas ao mesmo tempo você tem manter isso interessante. Acho que é importante respeitar o limite de quem você é. Talvez tenhamos ido longe demais, mas desde que você faça tudo com honestidade e integridade, o Simple Plan pode ser um veículo para qualquer caminho.

Dan: Como é o mercado da música com as críticos e produtores limitando você a uma “caixinha”, te limitando a um nicho específico ou caminho, do tipo: “vocês têm que ser assim porque é dessa maneira que ficaram famosos”?

David: Isso sempre foi bem estranho. Desde o segundo álbum, como Jeff disse, tentamos continuar soando como o Simple Plan. As pessoas querem te limitar a um gênero, mas a voz do Pierre é muito reconhecível e qualquer coisa que ele cantar, vai soar como o Simple Plan. É isso o que eu sinto.
Jeff: A realidade é que é muito fácil “embalar” coisas. Quando você teve um amigo que era um babaca, as pessoas se referem a ele assim. A partir do momento em que ele não é mais, as pessoas ficam confusas. De repente a menina que pinta o cabelo de vermelho quer pintá-lo de cabelo rosa, ela é esquisita, as pessoas se confundem.  É cômodo padronizar coisas, fica mais fácil de engolir, mais fácil de entender, mas acho que estar em uma banda é envolvente, é um processo dinâmico. Continuamos sendo aqueles cinco caras, brigando pelas mesmas coisas dentro do estúdio e ainda nos sentimos apaixonados pelo que fazemos. Como eu disse, as pessoas esperam coisas de você, faz parte do jogo. É como se você esperasse que os Rolling Stones lançassem um CD do estilo do Drake. É justo, eu até entenderia. Porém se eles lançassem alguma parceria com o Drake seria divertido, eu estaria aberto pra ouvir.

Dan: Você mencionou que estão juntos há vários anos, o que é muito raro esses dias. Sabemos que Pierre e Chuck são os “líderes” na composição das músicas, mas como o resto da banda colabora para a construção delas?

Jeff: Acho que depende. É uma questão particular de cada música. Eu diria que quanto mais negociadores nos tornamos, quanto mais respeito acolhemos, mais liberdade temos. Posso dar o exemplo de “I Don’t Wanna Go To Bed”, que segue uma base diferente no baixo, totalmente funky e todo mundo fica espantado. Mas poderia ser mais estranho. Pensamos: “Bem, será que o David consegue tocar, está meio diferente…” e de repente ele surge com um solo louco do baixo sendo que nem sabíamos que ele sabia fazer aquilo. Ele simplesmente chega e arrasa. O processo se baseia nisso. Nós nos desafiamos com ideias. Chegamos no estúdio com uns arranjos, brincamos com ares melódicos, e isso é o processo. Se alguma coisa, nesse álbum em particular, discutimos e revisamos muitas coisas, reconstruímos algumas músicas desde o começo, expomos ideias desafiadoras. É um desenvolvimento com muita conversa, muitas tentativas…

Dan: Queria perguntar pra vocês sobre “I Don’t Wanna Go To Bed”porque é uma faixa muito interessante.  Adoro o vídeo clipe. De onde veio a inspiração para usar Baywatch?

David: Ela surgiu dos sonhos molhados de Chuck (risos).
Jeff: Tenho quase certeza que foi para poder mostrar o tanquinho dele.
David: Quando estávamos crescendo, com a idade que estamos, todos já assistimos Baywatch.
Jeff: Não tínhamos dinheiro para comprar revistas Playboy.
David: Então tínhamos motivos muito bons para assistir.
Jeff: De todas as atrizes.
David: Exato!
Jeff: Muitos motivos.
David: Muito motivos!

Dan: Eu vi que David Hasselholf faz uma cena. Foram vocês que chegaram nele e o convidaram?

Jeff: Exatamente! E ele topou na hora. Ele faz parte da história, sabe que as pessoas riem com a personalidade dele… Ele foi super legal. Acho que não conseguiríamos fazer o vídeo se não tivesse elementos do filme. Tornou tudo muito mais engraçado. É um tributo a Baywatch, mas há algo atrevido junto. Qualquer um que assiste vê que é uma piada.

Dan: E como foi trabalhar com o Nelly? Como surgiu a ideia?

Jeff: Foi meio enfumaçado, não foi?
David: Bem isso! (risos)
Jeff: A intenção era bem simples: queríamos levar a música pra mais alguém. E a voz dele é bem única, bem reconhecível. Acho que nunca ouviríamos Pierre fazendo rap ou rimas tão cedo, então é meio óbvio que precisaríamos chamar alguém pra ajudar. Nós juntamos nomes de alguns cantores que poderiam manter a coisa do nosso jeito, mas que trouxessem “um pouco mais”. E Nelly estava no topo da lista, ele aceitou e é uma pessoa super talentosa. Ele sugeriu algumas ideias loucas in loco, rearranjou, harmonizou… Um super músico, um cara muito legal. Foi ótimo trabalhar com ele.

Dan: Nesse álbum eu sinto que, se você escutar outros artistas de pop punk canadenses, percebemos alguns traços parecidos. Como vocês se sentem com essa representação?

Jeff: Acho que faz parte de uma herança que Gob, Sum 41 deixaram. É como se fosse uma tradição. Mas quando fizemos vários vídeos, tipo Perfect e Untitled conseguimos balancear isso. Quando você faz parte de uma banda, você mostra também sua personalidade. Muitos dos nossos fãs gostam da nossa música, mas também gostam o que inovamos, o que dizemos e como dizemos. Quando você tem uma música como “I Don’t Wanna Go To Bed” você pode pegar a letra literalmente e fazer um vídeo meio ruim ou pode fazer algo mais engraçado. Então essa foi a nossa escolha. Varia de caso a caso, mas é muito engraçado levar a imagem da música para um vídeo e mostrar às pessoas uma vibe diferente do que a interpretação do conteúdo da letra.

Dan: Como estão juntos há 17 anos, vocês já pensaram em algo que fez sobreviverem juntos e o que estariam fazendo se não estivessem envolvidos com música?

David: Eu provavelmente seria um piloto. Eu quero ser um piloto futuramente, tipo um piloto comercial ou algo do tipo.
Jeff: O pai de um amigo muito próximo me disse uma coisa: “Cara, coloque todos os seus ovos dentro de apenas uma cesta e vá em frente”.  Quando você está mais pra lá do que pra cá, acontece de você perceber que não está apaixonado por nada. Então pra mim tudo foi sobre Simple Plan, tudo sobre música. Entrei de cabeça. Mas pode ser que não seja pra sempre. Vou manter a banda o tempo mais longo possível até quando as pessoas ainda quiserem nos ouvir. Nós somos muito amigos, somos muito apaixonados pelo que fazemos, então vamos manter isso andando. Sobre o que eu poderia ter feito, há inúmeras possibilidades. E hoje em dia as pessoas vivem mais do que nunca. Talvez eu possa voltar pra escola… Não, isso não vai acontecer (risos). Mas há muitas opções do que eu poderia fazer. Eu amo fazer negócios, me aventurar. Sou apaixonado pelo mundo e isso me permite explorar muitas coisas.

Dan: Se você pudesse escolher sua música preferida do “Taking One For The Team”, conseguiria aponta-la?

Jeff: É muito difícil, mas acho que eu escolheria as mais rápidas. Tipo Farewell, Nostalgic…Opinion Overload! Essa era a missão. E te digo porquê: nós precisávamos dessas músicas para começar o show. Músicas fodas, canções bem animadas, e estas músicas são exatamente a resposta pra essa intenção. Além disso, a música é exatamente sobre, liricamente, como estamos conectados nas redes sociais o tempo todo, respondendo fãs, recebendo feedbacks… Acho que em certo momento pode se tornar bastante confuso do tipo: “Você gosta desse álbum ou não? Qual é a sua opinião?”, aí tudo fica confuso e você tem que se desligar. Precisa voltar a si mesmo e para a banda e perguntar: “O que queremos fazer?” sem ninguém dizendo o que deveríamos de fato fazer e é por esse caminho que o álbum nos levou.
David: Para mim seria Kiss Me Like Nobody’s Watching. Gosto dessa música, tem uma vibe boa, me lembra um pouco de Tom Petty… Soa bem estimulante pra mim.

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