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No começo de outubro foi liberado um trecho do podcast TODDCast onde Jeff Stinco fala sobre quadrinhos e suas séries preferidas, como vocês podem ver aqui novamente mas recentemente a entrevista inteira com o guitarrista foi divulgada e além de séries, quadrinhos e super-heróis, Jeff fala sobre culinária e sobre a banda irlandesa U2, ao ser perguntado para qual banda entraria por uma semana.
Ouça já o podcast e veja logo abaixo a tradução feita pela nossa equipe:
JEFF: Oi, como você está?
ENTREVISTADOR: Jeff! Bem, e você?
JEFF: Estou ótimo. Obrigada!
ENTREVISTADOR: Legal! Nossa, quanto tempo. Acho que a última vez que eu falei com qualquer um de vocês do Simple Plan foi no começo dos anos 2000.
JEFF: Nossa! Faz um tempo!
ENTREVISTADOR: Cara, muito tempo! Foi quando eu ainda fazia o show da tarde na CFOX, o Rock Report. Eu acho que foi 2004 ou 2005. Faz muito tempo. Minha pergunta já de cara para você, Jeff, é: a que você atribui a longevidade da banda?
JEFF: Eu acho que quando você começa as coisas do jeito certo, você tem mais chance de isso durar. A nossa amizade é a base do que a gente faz. É meio clichê, mas quando você tem uma banda que é formada pelos melhores músicos que alguém achou através de um anúncio em um jornal, por exemplo… eu acho que isso provavelmente vai dar errado. No nosso caso, nós nos conhecemos no ensino médio. A gente tinha esse sonho de viajar o mundo e de ganhar dinheiro fazendo shows… E foi isso que a gente fez. Nós fizemos tudo que nós podíamos… não necessariamente somos os músicos mais talentosos do mundo, e nem os melhores compositores do mundo, mas nós trabalhamos mais do que todo mundo para fazer isso acontecer.
ENTREVISTADOR: Você ainda se dá bem com os meninos, então?
JEFF: Ah, eu odeio todos eles! Não os suporto! [risos] Não, não, a gente se dá bem.
ENTREVISTADOR: Que bom, é ótimo ouvir isso!
JEFF: É, mas assim, a gente briga as vezes. No estúdio mais do que em qualquer outro lugar, mas a gente sabe como resolver nossos problemas. A gente conversa, e… respeito é a base para qualquer relacionamento.
ENTREVISTADOR: Parece que vocês acharam uma receita para escrever músicas de sucesso. Eu tenho certeza que não pode ser tão fácil assim…
JEFF: Olha, eu tenho que dizer que gostaria que a gente tivesse achado a receita. As pessoas não sabem, mas você provavelmente terá mais músicas que fracassaram do que músicas de sucesso na sua carreira. Mesmo as bandas super famosas, como U2, Elton John… eles lançam mais singles que fracassam do que singles que vão parar nas rádios. E nós não somos nenhuma exceção a isso. Eu acho que isso te mantem humilde, porque as músicas que você acha que tem potencial para alcançar diversas pessoas… não necessariamente fazem isso. Então, quando você tem um hit de verdade, eu acho que você se sente grato e você curte o momento. Agora falando da receita… posso te dizer que a gente escreve as músicas que realmente queremos escrever e a gente ama fazer músicas melódicas. A gente faz nosso melhor e, se a música fizer sucesso é ótimo.ENTREVISTADOR: Sim… tem músicas do Simple Plan que você gostaria que tivessem sido lançadas como singles?
JEFF: Hm… acho que fomos sortudos de poder escolher as músicas que nós achamos que se destacavam das outras. Tem sempre uma música que acaba se tornando a sua favorita e aí você queria que aquela especificamente tivesse sido usada. Kiss Me [Like Nobody’s Watching], por exemplo, no último CD… Eu acho que é uma música de rock agitada e divertida, mas não é perfeita para os atuais programas de rádio. E também acho que Crazy, que é uma música do nosso segundo CD, poderia ser maior do que foi. Acredito que ela tem uma mensagem social muito legal e forte. Eu acho que não foi realmente dada uma chance a ela, mas quem sou eu para dizer?
ENTREVISTADOR: É, sabe? Só um cara da banda!
JEFF: Sou só o cara que toca guitarra.ENTREVISTADOR: Jeff, claro que muita coisa mudou desde que vocês formaram a banda. Você pode falar um pouco sobre como as redes sociais mudaram o cenário musical?
JEFF: Todos nós ouvimos historias desastrosas sobre streaming e download ilegal, mas, para mim, isso leva a termos mais músicas disponíveis, faz com que alguns artistas possam gravar álbuns na sala de casa… nos traz provavelmente uma competição melhor e mais saudável! Obviamente, ficou mais difícil se tornar uma banda extremamente famosa, mas eu acho que material de qualidade, pessoas de qualidade, vão aparecer e vão ser ouvidas. Na questão de rede social e interação com os fãs… A gente costumava ter um e-mail no nosso site, quando a gente começou, e a gente respondia fãs por horas. Isso levava muito tempo! Agora, tem o Twitter e você escreve 140 caracteres e pronto, vai para milhares de pessoas ao mesmo tempo. Isso mudou! As ferramentas são melhores, mais eficientes, e você pode estar mais conectado com os fãs também. É uma coisa perigosa, meio que tem dois lados, sabe? É perigoso ter uma resposta imediata à sua música, porque enquanto você está no estúdio, você está escrevendo, gravando, e você fica muito ansioso para mostrar o material para as pessoas… E aí, quando você faz isso, as pessoas respondem na hora! Às vezes você tem que manter uma distância. Mas, tirando isso, eu acho que é uma ferramenta maravilhosa. É um ótimo momento para ser fã, na minha opinião, porque você tem a possibilidade de ter contato com a pessoa que você respeita e na qual você se inspira. Pros músicos, é um bom momento para manter uma relação saudável com os fãs.
ENTREVISTADOR: Você acha que bandas e celebridades em geral podem passar informação demais nas redes sociais?
JEFF: Eu acho! Acho que chega um ponto em que é difícil entender qual é a distância que se deve ter com os fãs. Os posts no Facebook que a gente mais vê são aqueles que dizem o que as pessoas estão comendo… Não tem realmente nenhuma necessidade para isso, sabe? Mas, por outro lado, por exemplo, eu não sei se existe necessidade de as pessoas verem fotos das minhas filhas… eu sou muito aberto e seletivo sobre isso, mas eu não sei se é necessário. Eu não me importo com o que os caras do Green Day estão fazendo quando eles estão com os filhos deles. Eu não ligo de ver o que o pessoal do Metallica faz nas casas deles… não faz diferença para mim. O que eu quero saber é que música eles estão tocando… eu acho mais interessante. Mas as pessoas pedem por isso, elas parecem se importar, então… para mim, não faz muita diferença compartilhar isso ou não. Mas eu realmente acho que pode ser um pouco prejudicial.ENTREVISTADOR: É! Já que falamos sobre querer saber o que a sua banda favorita está fazendo… vamos ver as perguntas do Twitter e do Facebook. O Mike quer saber: quais são as suas bandas favoritas?
JEFF: Eu cresci ouvindo bandas como Pearl Jam, Metallica, Green Day… Guns n’ Roses era muito famoso! Acho que essa pode ser A banda que nos fez sonhar com fazer turnês mundiais.
ENTREVISTADOR: O que você achou do Axl cantando com o ACDC?
JEFF: Uma banda tem que saber quando parar… o ACDC teve muita troca de integrantes durante os anos e o Axl é o vocalista do Guns n’ Roses, sabe? Eu senti que foi um pouco demais, mas, assim, eu não escutei. Eu deveria ter visto os vídeos, mas eu nem me dei o trabalho…
ENTREVISTADOR: Foi até surpreendentemente bom. Mas, por você estar na indústria, você ser um músico que faz turnês mundiais… eles não poderiam simplesmente interromper a turnê mundial que eles tinham marcado. Tenho certeza que eles tinham obrigações financeiras a cumprir… não?
JEFF: Provavelmente, mas, assim… tem seguros que cobrem essas coisas. Tem muitos jeitos de contornar isso. Na verdade, o que se tinha era: Axl fazendo turnê com o Guns n’ Roses e aí o membro fundador do ACDC para de fazer shows, o vocalista que teve uns problemas…
ENTREVISTADOR: O baterista, que está em prisão domiciliar por ter ameaçado matar uma pessoa…
JEFF: É! O que mais você tem que fazer para parar a turnê do ACDC?
ENTREVISTADOR: Não é? E não vamos nem entrar no detalhe de que eles são caras de provavelmente 65, 70 anos.
JEFF: Mas eles ainda são muito bons! Eu vi um show há uns 5, 6 anos e foi sensacional! Eles são ótimos.
ENTREVISTADOR: É, eles são incríveis ainda. Você se vê vendo isso? Quantos anos você tem? 30?
JEFF: 38! Foi meu aniversário semana passada.
ENTREVISTADOR: Você se vê vendo isso daqui a 30 anos?
JEFF: Eu não faria se eu estivesse em uma cadeira de rodas, com certeza. Eu não sei… tem um limite. Se os fãs ainda quiserem nos ver e se divertirem nos nossos shows, eu acho que ainda estaremos fazendo música. Mas eu acho que tem um momento em que você tem que parar. Não sei quando esse momento vai chegar, mas ele existe.ENTREVISTADOR: Entendi. Mais perguntas. Britney disse: O Jeff pode vir aqui em casa cozinhar para mim?
JEFF: [risos] Eu estou ganhando uma boa reputação como chef… eu sou dono de restaurantes, eu não cozinho neles, obviamente, mas eu sei cozinhar bem. Só não sei se eu posso ir para casa dela… [risos]
ENTREVISTADOR: Se você estiver querendo impressionar alguém, o que você cozinha?
JEFF: Eu comecei cozinhando pratos italianos, porque está na minha família, e, eventualmente, por conta das turnês e por ter participado de vários programas de culinária, eu aprendi algumas receitas japonesas que são muito boas. Eu provavelmente faria qualquer coisa italiana ou do norte da África… não sei de onde eu peguei isso, mas acabei ficando bom. Várias referências chegaram do nada para mim. Eu tenho tentado me tornar vegetariano nos últimos anos, mas isso não está indo muito bem…. Só cozinho com mais vegetais do que antes. Sou um cozinheiro bem decente, eu diria.
ENTREVISTADOR: Ok, Britney, acho que ele vai aí depois do show hoje.
JEFF: [risos]ENTREVISTADOR: O John quer saber se você é fã de revistas em quadrinho. Você assistiu Batman x Superman, Suicide Squad, Deadpool… algo desse tipo?
JEFF: Mas é claro! Deadpool é incrível! Eu fiquei muito impressionado com quão engraçado é o filme!
ENTREVISTADOR: E uma grande parte do filme foi filmada aqui em Vancouver!
JEFF: Eu sei! Ryan Reynolds foi sensacional. Ele acreditou no projeto e fez a coisa toda… eu acho isso incrível. Parabéns para ele! Eu sou fã de quadrinhos, mas eu diria que sou mais fã dos filmes de quadrinhos. Eu amei Batman x Superman… não fui assistir Suicide Squad ainda, mas estou muito animado com esse filme. Eu amo programas de televisão no geral, eu amo toda a série do Jason Bourne, Game of Thrones, Mr. Robot… eu gosto de televisão. E a gente passa muito tempo em voos ou em ônibus e é uma ótima oportunidade de assistir alguma coisa. No momento estou viciado em Mr. Robot, você já viu?
ENTREVISTADOR: Na verdade, um amigo me falou sobre essa série recentemente e eu fiquei animado, mas eu ainda não assisti. Ainda estou terminando Game of Thrones.
JEFF: Não vou te dar nenhum spoiler, mas…
ENTREVISTADOR: Me falaram que é incrível, né?
JEFF: É sensacional!! A segunda temporada termina com o maior suspense que eu já vi na televisão. Só vou te falar isso…ENTREVISTADOR: Sério? Maneiro. Temos uma ótima pergunta feita pela Sarah: Jeff, se você pudesse entrar em qualquer banda por uma semana, qual banda seria?
JEFF: Eu acho que o mais fácil para mim seria U2, porque, parece arrogante, mas… eu sei absolutamente todas as músicas.
ENTREVISTADOR: Não! Sério? Do U2?
JEFF: Sim! Eu não sei, com o passar dos anos, essa banda… o The Edge para mim é a definição de alguém que se importa com o time. Ele sempre tocou pela música em si, ele escreveu riffs incríveis, e eu sempre quis entender o que ele fazia… E eu consegui, com o passar dos anos. Eu meio que explorei o mundo dele e eu sou um super fã. Muito fã mesmo. Acho que poderia entrar na banda e tocar as músicas.ENTREVISTADOR: Nossa! Isso é muito legal, cara. Jeff, eu tenho feito uma pergunta interessante para os meus convidados: você já teve uma experiência de quase-morte?
JEFF: É, realmente interessante. Acho que não… na verdade, eu já ouvi histórias mais espetaculares que a minha. Teve uma vez que o motorista do nosso ônibus dormiu no volante, bem no começo da nossa carreira. O ônibus saiu da estrada e foi bem dramático… agora a gente até dá risada, às vezes, mas, a realidade foi que o cara não era um motorista profissional e isso poderia ter saído muito, muito mal.
ENTREVISTADOR: É! Imagina se vocês estivessem em um penhasco, em um canyon ou algo assim… Vocês teriam saído e, pronto, acabou.
JEFF: Exatamente! E a gente já escutou muito sobre bandas que morreram desse jeito. Acho que esse foi o mais perto que eu cheguei de uma experiência de quase-morte, mas eu nunca tive uma de verdade. Você está fazendo essa pergunta porque já aconteceu com você?
ENTREVISTADOR: Não… bem, na verdade acho que tive algumas ao longo dos anos, por comportamentos idiotas. Mas eu pergunto porque a maioria das pessoas parece já ter passado por algo assim…
JEFF: Eu já escutei várias histórias e elas me encantam de certa forma. Mas eu tive sorte! Eu já caí de uma motocicleta, mas nunca foi nada trágico ou super perigoso… é, tenho sido bem sortudo.ENTREVISTADOR: Para a gente encerrar, Jeff, olhando para a história da banda… você consegue escolher o momento mais importante da carreira?
JEFF: Olha, eu vou roubar um pouco e vou te dar alguns momentos mais importantes. Por exemplo, a primeira vez que tocamos na arena da nossa cidade natal, o Bell Centre, foi um grande momento. Foi muito legal! Tocar na festa de ano novo da MTV, o que aconteceu provavelmente em 2005, 2006, foi muito, muito, muito grande. E também… já toquei como banda de abertura para o Metallica, na África do Sul! Esse foi muito louco, porque eu aprendi a tocar guitarra assistindo os DVDs ao vivo e ouvido os álbuns deles… E aí, do nada, eu estou fazendo o show de abertura para o Metallica e o James Hetfield está ouvindo a minha banda, perto da caixa de som da minha guitarra! Foi surreal. Eu diria que esses foram momentos muito importantes para mim.ENTREVISTADOR: Com certeza! Jeff, você tem uma página pessoal no Twitter, para os fãs te seguirem?
JEFF: Sim! É Jeff Stinco, no Instagram e no Twitter. Não estou oficialmente no Facebook… [risos]
ENTREVISTADOR: Que bom! Eu também não tenho Facebook. Em quais das redes sociais você é mais ativo?
JEFF: Tanto o Twitter quanto o Instagram. Estou sempre nos dois.
ENTREVISTADOR: E, é claro, você também pode seguir a banda do Jeff, o Simple Plan, no Twitter. Cara, muito obrigada por tirar um tempo para participar do TODDCast. Muito obrigada e manda um oi para os outros caras para mim.
JEFF: Claro! E obrigado, foi um prazer. Foi muito interessante e muito diferente das entrevistas que eu estou acostumado. Obrigado!