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Chuck conta a história de “Perfect”

Enquanto o Simple Plan estava no México para os shows da #TeamSPTour, Jeff Stinco, Chuck Comeau e David Desrosiers cederam uma entrevista ao Grita Fuerte. Nela, o trio fala sobre não querer ficar se desculpando pelo o que fazem – eles amam as músicas que estão fazendo, comentam um pouquinho sobre as participações do videoclipe de “Boom”, sobre o que ainda virá de bom para a banda e Chuck ainda conta a história por trás da música “Perfect”.

Confira isso e mais na entrevista traduzida pela nossa equipe abaixo:

Repórter: Vocês estão passando novamente pelo México, vocês são sempre bem-vindos aqui. Como estão se sentindo dessa vez?
Jeff: Bom, o México sempre foi excelente para nós. Temos fãs incríveis, muito devotos, muitos fãs de rock, sabe? Eu estou muito feliz por estar de volta.

Repórter: Queria comentar que vocês são dessas bandas que precisam ser vistas. Algumas pessoas costumam dizer “O Simple Plan é muito pop”, “Eles não são bons”, e eu sempre digo que elas precisam ver vocês e que mudarão de ideia.
Jeff: Você está destruindo meu coração. Isso é muito cruel!
David: Não, eu achei isso muito amável, está dizendo que somos bons ao vivo. Obrigado!

Repórter: Sim! É que sempre remetem o Simple Plan não sendo uma banda de punk rock, mas ao mesmo tempo vocês tocam punk rock de um estilo diferente e em outra geração, então acho que a verdadeira magia da banda está nos shows.
Jeff: Eu não quero ficar me desculpando por nada do que fazemos, nós amamos a música que fazemos, temos várias versões. No começo, Chuck tinha uma banda com Pierre que se chamava Reset, uma banda pesada, tocando rock pesado. Depois quiseram mudar um pouco disso e veio o Simple Plan que é uma banda mais pop punk que vem evoluindo com o passar dos anos. Ouvir músicas novas te traz novas influências, mas ainda somos os mesmos caras que amam a música que fazem. Viemos de um cenário onde as apresentações ao vivo são muito importantes. Se você for tocar na Warped Tour e não ser bom ao vivo, as pessoas não vão querer te ver, você está arruinado. Então essas são as nossas raízes. Temos influências como o Green Day, Blink 182, Lagwagon… Esses caras sabem como é tocar de verdade e o nosso som é meio que um tributo a eles.

Repórter: Vocês se encontram dentro de uma nova “categoria” no videoclipe de Boom. Vejo influências como Pierce The Veil, PVRIS, bandas muito boas, mas que fazem parte de uma nova geração e o Simple Plan parece estar seguindo isso. Por mais que pareça bom, pode ser um pouco difícil.
David: É incrível. É incrível poder juntar diferentes gerações. Recentemente estivemos na Warped Tour e foi algo muito interessante porque pudemos conhecer bandas novas e ver que também são boas ao vivo, e perguntamos se queriam estar conosco quando participássemos do APMAS. Foi divertido fazer isso e é engraçado porque todas essas bandas se aproximaram de nós e comentavam “Hey, nós ouvíamos vocês quando éramos mais novos”, esse tipo de coisa. Então é uma sensação legal, mostra que ainda estamos vivos e que não estamos ficando velhos.

Repórter: O que virá de bom para o Simple Plan?
Chuck: Acho que será um ano muito divertido, estaremos fazendo novos álbuns e sempre estamos animados. Acho que toda banda está tomando seu rumo, se encontrando. Para nós acho que esse álbum (TOFTT) permitiu que voltássemos às nossas raízes, voltar com todos os solos de guitarra e retomar esse lado pop punk que tínhamos. Mas ao mesmo tempo tentamos coisas diferentes. Todo álbum que você vê se voltar à nossa história, sempre haverá uma canção em que você se pergunta: “Uau, isso é Simple Plan? Até parece, está muito diferente!”. Acho que isso é parte de quem somos, gostamos de novidades e arriscar. Para as bandas novas, acho que é um bom momento para esse cenário. Muitas pessoas têm seguido esse tipo de música esse tempo todo. Nós, por exemplo, estamos fazendo isso há 16 anos, temos fãs de lá do início que ainda nos acompanham e também há pessoas mais novas que talvez não conheçam a gente ou que acabaram de nos descobrir, sentem que podem voltar no tempo ouvindo álbuns antigos e associar ao Blink 182 e muitas outras bandas. Acho isso muito bacana. Sentir que podemos levar música a essas pessoas forma um elo muito importante.

Reporter: Voltando um pouco ao passado, acho que para todo mundo “Perfect” é “A” música, acham-na super importante. Muitos fãs dizem que quando a ouvem, sentem algo especial e que podem relacioná-la com algo que sentiram ou alguma situação. Vocês se lembram de como criaram essa música? Chuck, acho que isso é algo sobre a sua história de vida.
Chuck: Na verdade é a história que estávamos vivendo. Basicamente todos estávamos tentando permanecer na banda, estávamos sem gravadora. Nossos pais diziam “Isso não vai prestar”, “Isso é impossível”, “Isso é só um sonho”, “Esqueça-se disso e viva o mundo real”, “Você tem que seguir com os estudos” e nós tínhamos aquele fogo, aquela paixão, queríamos estar numa banda, viajar o mundo, tocar música, lançar álbuns. Era aquilo que amávamos e que nos importávamos. Nós acordávamos pensando nisso e íamos dormir pensando nisso. Acho que a música surgiu disso, como se estivéssemos dizendo aos nossos pais “Por favor, entendam que preciso seguir meu sonho, seguir esse caminho”. Senti que era algo que eu tinha que botar pra fora, tirar o peso do peito. E ainda me sinto orgulhoso pelo fato de que sempre tocamos essa música, todo show que fazemos nós a tocamos ao vivo, é a última canção da setlist, todo mundo cantando com a gente. Vejo pessoas na grade chorando e percebo o quão importante essa música é para eles. É parte de quem somos como banda. Sempre a tocaremos. Fico contente que muitas pessoas se identifiquem com ela. Vejo até algumas tatuagens com a letra… Acho que esse é o testamento que deixamos, nós escrevemos uma música que viveu todos esses anos e ainda hoje significa algo para a nova geração. É um grande elogio.

Repórter: E agora, o que os seus pais dizem?
Chuck: É engraçado. Mesmo que nossos pais ficassem nervosos conosco, eles sempre nos apoiavam, nos ajudavam em tudo. Deixaram os ensaios acontecerem no porão da minha casa, nos davam caronas quando precisávamos. Eles contribuíram com uma grande parte porque tivemos tanta oportunidade com a banda, acho que eles gostavam das músicas e das faixas e acompanhavam tudo o que acontecia. Óbvio que quando a banda começou a crescer, eles ficaram bastante orgulhosos. Sou muito grato por eles ainda estarem por perto e verem a nossa evolução e quão bem estamos agora. Para mim é algo muito especial. Agora que me tornei pai também, acho que posso entender um pouco mais do porquê meus pais serem tão preocupados e como se sentiam com isso. Porque, como pai, você só quer o melhor para o seu filho e é difícil entender que ele pode estar numa banda e que isso realmente dê em algo, as chances são bem pequenas. Porém, todos nós sabíamos e acreditávamos em nós mesmos, sabíamos que uma hora ou outra ia acontecer. Às vezes ter um pensamento assim realmente faz acontecer.

Repórter: Vocês realmente começaram bem jovens. Eu não sei se vocês querem crescer mais. Acho que são bandas como vocês e talvez o Blink, que só dizem que se crescermos será “o fim do mundo”.
Jeff: (risos) Está certo! Acho que existe algo maravilhoso em estar numa banda: você se mantém jovem. É muito importante. Nós viemos desse cenário onde as bandas não se levam extremamente a sério. Muitas bandas de rock acham que estão salvando o mundo com suas músicas. Nós sentimos que estamos proporcionando coisas boas às pessoas. Quero dizer, nós levamos muito a sério o que fazemos, mas não nos levamos muito a sério. Vídeos como “I Don’t Wanna Go To Bed” é um grande exemplo disso, óbvio que você não acha que realmente está lindo naquele traje de banho (risos), mas é importante se manter vivo, de se divertir com o que faz. Nós chamamos isso de “tocar música” e devemos sempre lembrar disso. Se de alguma forma estamos ajudando as pessoas a esquecerem de seus problemas, se estamos fazendo com que elas vivam essa nova experiência, então somos bem sucedidos.

Repórter: Acho que o tempo está acabando, mas gostariam de deixar algum recado para os fãs?
David: Estamos ansiosos para tocar as músicas novas para vocês e mal podemos esperar para vê-los nos shows!

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