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Chuck Comeau discute novo livro e EP

Chuck Comeau cedeu em Estrasburgo, na França, uma entrevista ao Simple Plan n1-67 que é um fan-blog sobre a banda. A entrevista aconteceu no dia do show, 17 de março e Comeau falou sobre o novo single: Singing in the Rain e que o videoclipe sairá em Abril, além de comentar que após o término da turnê de divulgação do novo álbum, a banda pretende lançar um EP, já que eles ainda tem muitas músicas que gostariam de divulgar, muitas delas estão prontas ou em demos.

Um outro ponto importante é que o Simple Plan pretende dar um registro para os fãs além de um DVD, ou seja, eles têm a vontade de fazer um novo livro, foi algo que eles gostaram de fazer. Segundo Chuck, não faz muito sentido um DVD porque eles dão vídeos e fotos para os fãs diariamente em suas redes sociais. Um livro parece mais sério e memorável.

A entrevista está bem legal e você pode ver a tradução completa abaixo, feita por nossa equipe:

SPN167: Olá Chuck, esta noite Simple Plan fará seu segundo show a Estrasburgo. A primira vez foi no Festival des Artefacts em 2012. O que você lembra deste primeiro show em Estrasburgo?

Chuck: Foi com o Offspring ou era apenas nós?

 

SPN167: Não, tinha também o Skrillex.

Chuck: Ah, sim, sim, eu me lembro. Foi muito bom, foi um bom show. Claro que foi muito diferente como ambiente, com a gente e o Skrillex, mas isso que é legal dos festivais, porque você toca com grupos e com artistas que você não tocaria geralmente. Então é bem agradável, nós somos fãs da música deles, então foi legal de ver o show. E nós tentamos sempre ir a outras cidades, de não ficar apenas em Paris, de ir à Provença, de tocar no resto do país, ver os fãs onde eles estão, é bem agradável para nós, então nós estamos bem contentes de retornar aqui. Os ingressos esgotaram então é um bom sinal que o grupo é bem aceito aqui e que os fãs vêm nos ver, então é bom.

 

SPN167: Desde que a turnê começou vocês trocaram algumas músicas no setlist. Depois de 5 discos, é muito difícil de fazer um setlist? Como vocês fazem? Cada um pensa em um setlist ou vocês pensam todos juntos?

Chuck: Na verdade não é muito fácil. Está cada vez mais difícil com cada álbum novo. Nós temos muitas músicas e muitas músicas consideradas pelos nossos fãs incontornáveis, que nós temos que tocar em cada show então isso faz com que você tenha 10 ou 15 músicas que são obrigatórias e depois temos que escolher as outras. Nós gostaríamos até de tocar por mais tempo, mas a voz do Pierre é um pouco frágil, ele teve alguns incidentes recentemente, então nós ficamos atentos a isso. Então isso deixa as coisas mais difíceis, pois temos um limite de tempo para tocar para proteger a sua voz. Mas enfim, nós passamos muitas horas e muitos dias para tentar achar a melhor combinação e para tentar colocar as músicas diferentes para mudar um pouco para os fãs que vem nos ver sempre, pois as vezes encontramos fãs, quatro vezes, cinco vezes, dez vezes, quinze vezes, as vezes mesmo trinta, cinqüenta, cem vezes que nos viram em shows e temos que dar alguma coisa nova. Então é um desafio de achar uma nova formula, mas também de fazer de um jeito que seja tão bom ou melhor que a ultima porque nós estamos acostumados a um ritmo no setlist, então quando nós refazemos ao completo, nós tentamos achar o mesmo ambiente, no sentido que tem que ter um bom momento, o pique, os outros momentos que cai um pouco e que a gente levanta o público. Nós trabalhamos muito forte nisso e uma das coisas que é muito importante pra nós é de mudar um pouco setlist para que os fãs que vem a vários shows não veja sempre o mesmo show e que tenha um pouco de variedade, pois tem muitas músicas do novo disco que a gente gostaria de tocar, mas a gente também não gostaria de tocar oito músicas do disco novo pois os fãs sentiriam falta das músicas antigas. Então nós optamos em fazer um tipo de rotação, por essa razão muitas músicas mudam a cada noite e isso faz com que o show fique fresco para os fãs.

 

SPN167: Vamos falar um pouco no novo álbum. Logo que eu escutei Singing In The Rain tive uma grande surpresa. Fiquei um pouco resistente no começo, mas depois eu achei uma ótima música.

Chuck: Legal! Obrigado!

 

SPN167: Fez lembrar um pouco a música “Rude” do grupo canadense Magic! Vocês se inspiraram nela ou não tem nada haver?

Chuck: Quando essa música foi lançada a achei muito boa. Gosto muito desse estilo reggae, tem esse ambiente um pouco do Caribe, um pouco praiano. Nós exploramos um pouco isso com “Summer Paradise”, então isso é um novo tipo de som que nós estamos trazendo para nosso universo. Eu acho que nós conseguimos transformá-la no estilo Simple Plan, soa a nós, nós meio que nos apropriamos deste estilo entre aspas. Nós somos fãs, nós gostamos disso e de tocar esse estilo de música. Eu acho que torna um pouco diferente para nós, quebra um pouco, pois não há nada mais chato, em todo caso pra mim e pra banda, de ter um álbum de A a Z igual, mesmo estilo do começo ao fim, fica um pouco chato então isso quebra a rotina um pouco. Nós pensamos que depois de ter bastante sucesso com “Summer Paradise”, achamos que é um som que nos faz bem, então nós refizemos com “Singing In The Rain”, mas ela é diferente também, não é apenas uma cópia, tem uma veia particular e é uma música que nós escrevemos e aconteceu muito espontaneamente. Eu tive a ideia de a ter com esse título “Singing In The Rain” e nós tínhamos esse conceito sobre passar sobre os obstáculos, coisas difíceis da vida e de continuar sorrindo, a partir disso tivemos o conceito da melodia e aconteceu. Foi bem rápido comparado com outras músicas e teve um ótimo resultado. É o próximo clipe, o próximo single e nós estamos bem ansiosos de apresentar as pessoas e ver se terão uma boa reação. É uma música legal, é leve, é divertida, faz sorrir.

 

SPN167: E no que diz respeito ao clipe, como vocês tiveram a ideia de fazer baseado nos anos 60-70?

Chuck: Na verdade nós procuramos vários conceitos, tivemos várias ideias diferentes, mas nada funcionava a 100% com o ambiente da música e nós queríamos alguma coisa que colasse bem com a música e nós achávamos que tinha um lado um pouco “retrô”, ela soa um pouco “intemporal”, não é uma música de 2016, não é uma música de 1950, nós diríamos que tem uma influência. Ele soa moderna, mas na verdade a composição tem um lado “retrô, então achamos que era um bom caminho. Mas conceito do clipe (que ainda não saiu), é para mostrar o poder de uma música, o que uma música pode fazer pela carreira de um grupo, pelas pessoas, de ver todas as reações que uma música pode causar, então esse é um pouco o conceito. É um pouco abstrato, mas eu diria que quando você ver o vídeo você vai entender o que eu quero dizer. Casa muito bem com a música, nós estamos bem ansiosos para mostrar. Nós terminamos as gravações há algumas semanas e agora estamos montando.

 

SPN167: A previsão é para fim de Março, começo de Abril?

Chuck: Sim, nós visamos começo de Abril eu acho.

 

SPN167: Assim como no álbum passado vocês fizeram uma versão em francês para a música “I Don’t Wanna Go To Bed”. Na mesma idéia de “Summer Paradise”, vocês pegarão uma outra música e a transformarão em francês ou “I Don’t Wanna Go To Bed” vai ser a única música em francês?

Chuck: Eu acho que nós faremos outras também. Eu acho que é algo que os fãs gostaram, pessoas do Québec e da França gostam muito porque nós somos francófonos, mas também do resto da Europa francófona, Bélgica, Suiça… As pessoas gostam de escutar uma boa música inglês em francês e nós achamos isso agradável também então achamos legal em poder fazer. É a nossa primeira língua então é muito legal.

 

SPN167: A útima música do TOFTT, “I Dream About You” com Juliet Simms, é bem diferente do que estamos acostumados a escutar. Na primeira vez que eu escutei eu me senti melancólica, como se tivesse um mistério nesta música. Você pode nos dizer um pouco desta canção, como chegaram nesta melodia?

Chuck: Na verdade nós simplesmente escrevemos. Nós mais uma vez já tínhamos o título e o conceito e começamos a escrever. Sobretudo o que nós fizemos foi a colocarmos um pouco de lado porque que era muito diferente para nós, não estávamos certos se iria funcionar para uma canção do Simple Plan. Não estávamos certos de que combinaria com o álbum com as outras músicas e depois de alguns meses de lado, nós começamos a tocar para algumas pessoas e todo mundo teve uma reação muito boa tipo: “Uau, é bem diferente, mas é muito boa” então nós nos dissemos: “Por que não? Por que não tentar expandir um pouco o nosso som, tentar coisas diferentes, de desafiar um pouco o que o Simple Plan pode ser?”. E no fim, eu sei que ela é um pouco “dark”, talvez um pouco misteriosa como você disse, mas eu acho que fez um ambiente diferente e termina bem o disco.

 

SPN167: E depois de escutar várias vezes, eu acho que ela realmente tem um lugar especial no disco, mas no começo é um pouco…

Chuck: Diferente…

SPN167: Sim!

 

SPN167: Para o álbum Get Your Heart On! vocês escreveram várias músicas e para o Taking One For The Team também.

Chuck: Sim, bastante coisa.

 

SPN167: Vocês vão lançar um mini-album TOFTT – The Second Coming?

Chuck: (risos) começamos a ver as coisas diferentes. Mas certamente, tem muitas músicas que poderiam estar no álbum que são muito boas, que estão em forma de demo, ou mesmo que nós já terminamos, mas que a gente decidiu de não colocar no disco. Então seria uma coisa legal de fazer algo menos longo entre os álbuns, pois levou bastante tempo e nós gostamos de dar aos nossos fãs alguma coisa neste meio tempo para que eles não esperem três, quatro, cinco anos até um lançamento de um disco. Certamente existe uma possibilidade de fazermos isso. Mas se acontecer, vai acontecer em um ano ou dois, depois de ter feito o tour com este disco. Talvez antes, eu não sei, vamos ver. As coisas mudam muito. Hoje em dia se trata de como lançamos a música, evoluiu bastante, talvez outras idéias vão vir, eu ainda não sei, vamos ver.

 

SPN167: Sobre o lançamento do DVD, acho que é uma pergunta que fazem bastante, vocês falaram algum tempo atrás que tem muitos vídeos das turnês e que vocês gostariam de fazer uma espécie de filme com esses vídeos. Isso é algo que vocês ainda têm em mente ou deixaram um pouco de lado?

Chuck: Eu acho que é algo que a gente pensa ainda, gostamos da ideia, mas eu me questiono se seria um formato que as pessoas consomem. Os DVD’s começam pouco a pouco serem menos atuais. Nós temos vários vídeos em nossas redes sociais, no Snapchat, Instagram, Twitter, na nossa página do Facebook, no canal nosso canal do Youtube, então eu acho que nós fornecemos muito conteúdo, nós fazemos vídeos engraçados, mas a forma que nós colocamos não é um resumo como no DVD, mas todos os dias, de forma cotidiana. Então se a gente fazer alguma coisa seria mais na ideia de fazer um documentário, talvez algo mais sério como com o livro, que nós gostamos muito de fazer. Eu acho que as pessoas gostaram também. Rastrear a imagem da banda e também como é estar no grupo o dia a dia, qual é o processo, como é fazer turnês, muitas vezes deixar nossas famílias para trás, de trabalhar dezessete, dezoito anos com as mesmas pessoas, como nós conseguimos fazer isso e como nós conseguimos nos diferenciar numa indústria que muda muito. Acho que são todos temas que podem ser interessantes, que os fãs poderão achar legal de ver.

 

SPN167: Esta é a próxima questão. Faz dezessete anos que vocês tocam no Simple Plan, quando você era mais jovem, você imaginava ser ainda músico do Simple Plan?

Chuck: Acho que na verdade é sempre do que você espera que vai acontecer quando você começa uma carreira, quando você começa uma banda. Eu acho que você sempre quer ter sucesso, mas eu acho que o mais importante é de ter uma longevidade, de estar lá depois de vários anos, vários discos, ter ainda fãs, de conquistar novos e guardar os antigos. Eu acho que é um pouco isso que acontece neste momento. Eu não acho necessariamente que imaginei 100% garantido que isso ia acontecer, e a sorte muitas vezes está contra você no fim das contas, porque a grande maioria das bandas se desfazem, ou param de tocar geralmente depois de dois, três álbuns, quatro álbuns. Nós estamos vencendo esta probabilidade, estando juntos tantos anos. Eu acho que é algo que nós vemos como isso é precioso e nós queremos que continue. Então eu acho que é algo que nós queríamos e nós estamos muito contentes que aconteceu. Mas nós não ficamos tão surpresos de ainda estarmos aí, pois é algo que você sonha quando começa. Nós queríamos ficar por vários anos e agora nós conseguimos, é muito bom.

 

SPN167: E não é muito difícil, pois agora vocês têm famílias. Não é muito dura a vida na estrada?

Chuck: É diferente. Com certeza não é mais como quando tínhamos 22, 23 anos. No começo você sempre quer viajar, três meses em turnê não era um problema, tudo era novo. Agora é um pouco mais difícil, as vezes quando você está longe, sente saudades das crianças ou da sua família, é difícil, mas ao mesmo tempo nós pensamos que somos sortudos. Nós tentamos achar maneiras de conciliar as duas coisas. Talvez nossas turnês sejam menos longas que antes, podem ser de quatro, cinco, três, quatro semanas no lugar de sete, oito, nove semanas contínuas, assim nós voltamos pra casa e retornamos (em turnê) depois. Eu diria que nós temos um horário muito intenso comparado a muitos outros grupos. Nós temos várias turnês que estão acontecendo e vão continuar. Nós retornamos à Europa por uma semana, voltaremos pra casa por quatro dias e depois partiremos para o Japão. Nós não queremos nos tornar um grupo que tranquilamente começa a ser menos ativo, nós queremos sempre continuar sendo 100% ativos, então temos que fazer alguns sacrifícios, mas no final nós estamos na música porque nossos fãs estão aí, eu acho que vale a pena.

 

SPN167: E agora que vocês são quase todos papais, quando vocês escrevem alguma música, vocês pensam muito mais no que vocês vão dizer ou é algo tipo: “Isso é uma música, é isso que eu sinto e escrevo desta forma”, eu pergunto isso no que se refere aos palavrões.

Chuck: Eu acho que é um pouco dos dois. É claro que tem uma certa influência, mas não ao que se refere ao conteúdo. Eu acho que no fim nós fazemos o que nós gostamos e o que pensamos que vamos gostar e que os fãs vão gostar. Isso é o mais importante antes de tudo. Mas eu diria que é claro que influencia a sua vida completamente e para mim e para o Pierre particularmente eu diria que a influência que existiu é que nós queríamos fazer algo que ficaríamos orgulhosos e nós queremos que nossas carreiras durem muito tempo para que nossos filhos, que ainda são pequenos, o meu tem oito meses ele ainda é novo. Eu quero ainda ser capaz de fazer shows em quatro, cinco, seis, sete anos para que ele veja o que seu pai fazia ou o que seu pai faz (ao invés de ser no passado estar ainda no presente) e não apenas dizer: “Ah, meu pai era de uma banda.”, mas sim “Ele é de uma banda, os shows são legais.” Então isso reforça um pouco o entusiasmo pela banda e reforça um pouco a ambição de fazer um bom trabalho para que possa durar, para que nossos fãs ainda amem o que nós fazemos e ainda estejam presentes.

 

SPN167: Tem uma fã que me pediu para perguntar se vocês têm interesse em fazer um álbum completamente acústico deste ultimo disco.

Chuck: Não sei, não é algo que nós temos em mente. Tem algo muito legal quando fazemos um show acústico porque é raro, não é alguma coisa que nós fazemos sempre. Nós fazemos particularmente para nossa fundação, é um show mais intimo e único eu diria. E de fazer um disco… Pode ser legal de mostrar músicas em diferentes versões da original, com arranjos diferentes, mas eu acho que o que as pessoas gostam da banda é a energia, é o que a bateria consegue fazer, a guitarra, mas também, os fãs gostam do lado mais emotivo das músicas. Pode acontecer, mas não é a coisa que nos deixa mais empolgados em fazer comparado a fazer um novo disco, ou um disco ao vivo ou um projeto de documentário. E também tem a questão do tempo, não podemos fazer vários projetos ao mesmo tempo, temos que priorizar e escolher. Não seria nossa primeira escolha, mas talvez, poderia ser legal.

Após a entrevistadora mostrar ao Chuck um vídeo onde ela e outros fãs franceses aparecem. Chuck fica contente de assistir e comenta: É muito legal quando os fãs fazem coisas desse tipo e colocam no Youtube. Nós achamos legal poder ver o que os fãs gostam das músicas e fazem coisas deste tipo que são divertidas, que fazem sorrir. Vou tentar achar e colocar no meu Twitter.

Chuck também elogia a entrevistadora dizendo que mesmo sendo sua primeira entrevista ela foi muito profissional.

Não deixe de relembrar o show de Estrasburgo. Nós publicamos aqui fotos e vídeos do show que rolou em meados desse mês:

Shows > 2016 > 17.03 – Simple Plan @ Strasbourg, France

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