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Bouvier comenta sobre acidentes com a banda

Em entrevista para a Rock Sound do quadro “Remember That Time I…” (Lembra daquela vez em que eu…), Sébastien Lefebvre e Pierre Bouvier comentaram sobre acidentes em que a banda se meteu (acidente de ônibus e no palco – detalhe que eles esqueceram dos incidentes que aconteceram no shows aqui no Brasil em 2012), além de relembrarem situações de quando estavam em turnê.

A dupla também comentou sobre a vontade de Jeff Stinco sair da banda um dia antes de se apresentarem para a Atlantic Records e a grana que gastaram pagando um frigobar na época de A Big Package For You. Confira os vídeos e a tradução feita por nossa equipe:

Lembra daquela vez em que eu…

Pierre: Hey, e aí? Eu sou o Pierre.

Seb: Eu sou o Sebastien, da banda Simple Plan.

P: E nós estamos aqui para falar daquela vez em que…

 

Ficamos mais assustados em turnê.

S: Foi o acidente de ônibus, provavelmente.

P: Nós nos envolvemos em um meio que acidente no ônibus de turnê, um tempo atrás, quando estávamos passando por Chicago?

S: Eu acho que ali por Minneapolis e Chicago.

P: Estávamos viajando de noite. Nós dormimos nos ônibus de turnê, se você ainda não sabia disso. E aí de manhã bem cedo, por volta de seis ou sete horas, o motorista tinha dirigido a noite toda e ele meio que tinha um histórico de ficar cansado.

S: Por algum motivo, nós contratamos o motorista dorminhoco, e ele meio que dormiu de manhã.

P: Ele dormiu atrás do volante e saiu da estrada pra uma depressão no acostamento. Felizmente, o ônibus ficou sobre as quatro rodas.

S: Sim, ele não tombou. Mas caiu pipoca pra tudo que é lado. Tinha um pote disso em cima da pia.

P: Nós basicamente acordamos chacoalhando e caindo dos beliches.

S: E dos gritos de ‘aaaah’.

P: Sim, o motorista estava lá na frente gritando feito uma garota. Ficamos tipo ‘caramba, vamos morrer’. Mas felizmente só entramos nessa fenda do acostamento e ficamos presos lá. O ônibus ficou de pé e ninguém morreu, nem ficou machucado. Mas foi assustador. E David, nosso baixista, gritou feito uma garota.

S: Como uma garotinha, sim.

P: E o motorista também.

 

Tivemos mais orgulho da banda.

P: Eu diria que foi o show na nossa cidade.

S: Tem que ser.

P: Teve um show na nossa cidade, sete ou oito anos atrás. Foi a nossa primeira vez como banda principal numa arena de lá chamada Bell Centre. É o lugar em que o Montreal Canadiens joga hóquei, é uma arena bem grande. E nós lotamos a casa, tinha umas quinze, dezesseis, dezessete mil pessoas lá. Eu acho que o sentimento de subir no palco na frente da sua cidade, sabendo que seus pais, seus avós, seus tios, suas tias, seus amigos estão todos lá, foi insano. O lugar estava barulhento, a plateia cantava alto. Foi um show incrível.

S: Sim, eu lembro de subir no palco e ouvir “wraaa”. A gente não esperava isso, por algum motivo. Foi alto.

P: Sim, foi um dos momentos de maior orgulho, porque é sua cidade, sabe?

S: Sim, claro.

 

Causaram o maior estrago em turnê.

P: O momento em que causamos o maior estrago, eu diria que só teve um.

S: Sim, foi no Reino Unido.

P: Sim, uma história ridícula. Uma das nossas primeiras turnês no Reino Unido foi com uma banda chamada Bowling For Soup. Nós entramos em turnê com eles, abrimos os shows deles e eles tinham a reputação de beber muito.

S: Isso é uma reputação? Vamos confirmar que eles bebem muito!

P: Para fazer eles se sentirem bem no ambiente, nós bebemos muito com eles também. E um dia, eu acho que David e Jeff, nós todos ficamos muito bêbados e tivemos a ideia de pegar um frigobar do camarim e jogar para fora da sacada. Tipo aquela moda de rockstar. Eu acho que era um frigobar de Red Bull ou sei lá. Aqueles pequenos.

S: Sim, pequenos. Estava vazio. Então foi tipo ‘ah, não precisamos mais disso’.

P: Aí levamos até a sacada e jogamos.

S: Foi hilário, até recebermos a conta. Acho que foram umas 800 libras.

P: Sim, umas 1.000 libras. Foi a única coisa que a gente já quebrou de verdade. Foi o único momento de rockstar que já tivemos. Nós nunca quebramos uma TV ou algo assim.

S: Não. Nada disso.

P: Eu acho que depois daquela conta, nós nunca quebramos mais nada. Porque foi divertido, mas, hey, eu não quero ficar pagando essas coisas.

 

Nos constrangemos no palco.

P: Teve uma vez que estávamos na costa oeste. Acho que estávamos em Portland?

S: Nós estávamos em Seattle.

P: Não.

S: Foi exatamente isso o que aconteceu. Nós subimos no palco e o Pierre fez ‘e aí, Portland?’, e aí tocamos a primeira música e eu cheguei pra ele e disse ‘cara, estamos em Seattle’ e ele fez ‘eu sei…’.

P: ‘Eu sei, eu sei’.

S: Ele achou que Portland era o estado, por algum motivo. Ele confundiu tudo.

P: Eu tive um pensamento de que Seattle estava dentro de Portland, por algum motivo. Mas obviamente Portland é uma cidade em Oregon, e Seattle é uma cidade em Washington.

S: Mas você se recuperou bem. ‘Nós não estamos em Portland, estamos em Seattle’ e todo mundo ‘ahhhhh’.

P: Então eu subi no palco, disse ‘e aí, Portland’? E os outros caras da banda me olharam com uma cara engraçada, tipo ‘o que você tá fazendo?’ e eu fiz isso algumas vezes. Tipo umas três vezes na sequência. E aí em algum momento eles fizeram tipo ‘hey, cara! Você não tá em Portland!’ e eu fiz ‘oh…’.

Fomos fã girls.

S: Pra mim foi quando eu conheci Seth MacFarlane, claro. Nós tocamos em uma premiação no Canadá, em Toronto. E eu o vi no hall do hotel e fiquei ‘ah meu Deus, é o Seth MacFarlane.’ Então eu fui tirar uma foto com ele, eu virei uma completa fã girl. Nós o vimos mais tarde no bar, então eu fui e sentei do lado dele, tipo ‘hey, você quer beber alguma coisa?’ e ele pediu, eu fui, peguei a bebida, levei a bebida pra ele. E eu tava “bebendo com ele”, bom perto dele. Ele estava com os amigos dele, mas eu estava lá, perto dele.

P: E aí ele veio pra um dos nossos show, não foi?

S: Sim.

P: Nós íamos tocar naquela noite, e nós o convidamos. Ele veio pro show, mas demorou tanto pra começarmos, que eu acho que ele foi embora antes de começarmos.

S: Ele foi embora.

P: Podia ter sido o começo de uma amizade que duraria pra sempre, mas infelizmente, agora, Seth MacFarlane já esqueceu há muito tempo quem nós somos.

S: Mas ele me deu o e-mail dele, é. Não funciona.

P: Ele te deu um e-mail falso.

S: Ele não foi fã girl de Simple Plan.

P: Não.

 

Ficamos muito bêbados em turnê.

S: Eu lembro que era Dia das Mães, e aí eu fui pra um almoço em algum lugar nos Estados Unidos. E eles tinham mimosas grátis pro almoço, por algum motivo. Eu estava com o Patrick, nosso cara da lojinha. E nós tínhamos um show mais tarde, mas era um show de 20 minutos. Era curto, mas foi a primeira vez que eu realmente estava bêbado no palco. Mas isso me deu confiança para ir até o Flo-Rida, que estava tocando também, e eu dei pra ele um boné. ‘Isso é um boné do Simple Plan’ e um tempo depois nós tocamos com ele em uma premiação. Então eu plantei essa semente. Às vezes beber de dia é melhor do que beber de noite.

P: Mimosas grátis, é isso aí.

 

Quisemos sair da banda.

P: Eu nunca quis sair da banda de verdade, mas eu posso dizer que um cara quis e tentou várias vezes. Foi o Jeff.

S: Sim, basicamente toda vez que discutíamos, Jeff queria sair da banda.

P: No começo da banda, nosso guitarrista, Jeff, o cara da cabeça raspada, ele ameaçou sair da banda tantas vezes. Mesmo um dia antes da nossa apresentação pra Atlantic Records, que ainda é a companhia que nos assina. Nós tínhamos uma apresentação para, com sorte, sermos assinados por eles.

S: Ele realmente saiu aquele dia.

P: Um dia antes, foi tipo ‘eu tô fora, vocês são estúpidos, eu tô indo embora’ e ele foi embora do nosso lugar de ensaio, que era o porão dos pais do Chuck. E ele foi pro trem.

S: Soa melhor quando você fala ‘lugar de ensaio’.

P: E o Chuck fez tipo ‘gente, espera aí, eu vou lá buscar ele de novo’. Era tipo a quinta vez que ele fazia isso. Aí o Chuck saiu correndo atrás dele e disse ‘Jeff, qual é, nós temos uma apresentação amanhã. Você toca e sai da banda no dia seguinte’ e ele disse ‘ok, eu faço isso’. E 20 anos depois, ele ainda está aqui.

S: Ainda tá na banda. Mas ele não ameaça sair mais. Agora ele tá muito feliz.

 

Nos machucamos no palco.

P: Estávamos fazendo um show em algum lugar em Ontário, no Canadá. Esqueci onde era. Brampton?

S: Eu acho que eu diria Brampton.

P: Era um festival, cheio de bandas. E tínhamos uma pessoa na plateia que não gostava do Simple Plan e decidiu jogar uma garrafa cheia no palco. E foi um bom arremesso, e ela aterrissou bem na minha cara.

S: Bem na cara dele.

P: Pegou bem no meu olho, e eu fiquei assustado. Eu comecei a sangrar, fiquei ‘uou’.

S: Você saiu do palco.

P: Eu tive que sair na hora, eu fui até o técnico de som e disse ‘olha pra mim, o que tá acontecendo?’ e ele disse ‘ah, você tá bem, tá bem, tá bem, não, espera… Você fez um corte meio feio’. Eu acho que na verdade arrancou um pedaço da minha órbita. Eu fui pro hospital levar pontos.

S: Por sorte, era a última música, então praticamente tínhamos terminado.

P: E eu descobri depois que na verdade, foi uma garotinha que jogou a garrafa.

S: Sério?

P: É, mas ela tinha um arremesso muito bom. Aparentemente, ela jogava baseball.

S: Claro que jogava.

P: Mas foi chocante e eu isso me deu uma semana de descanso do trabalho. Então voltei pra casa e descansei, mas eu fiquei com um olho enorme roxo, cortado. Eu sinto que eu levei porrada na cara uma vez.

S: Sim, parece fodão.

P: É, muito fodão.

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