Com a agenda de shows que o Simple Plan tem marcado para a Austrália em setembro, onde, três dos cinco shows já estão com ingressos esgotados, o guitarrista Jeff Stinco cedeu uma entrevista ao site Wall Of Sound. A entrevista foi feita via telefone este mês e o resumo feito por nossa equipe você confere abaixo:

O entrevistador pergunta o porquê da demora do lançamento do último trabalho da banda e Jeff responde que estavam descansando depois de uma grande turnê mundial, que demoraram aproximadamente dois anos e meio para compor o álbum porque precisavam encontrar um equilíbrio e voltar a ser o que as pessoas conheciam como som do Simple Plan (como por exemplo Addicted e I’d Do Anything). Diz estar bastante contente que as pessoas continuam indo aos shows e está adorando tocar pra todo mundo.

Pegando um gancho nisso, o entrevistador pergunta se ele acha que a “cena emo” dos anos 2000 está voltando, visto que temos a banda Good Charlotte também com um novo trabalho e o relançamento de My Chemical Romance. Jeff responde que não acha que o Simple Plan se encaixe na categoria emo, mas que pode haver uma conexão por serem da mesma época. Diz que desde lá conseguiram evoluir, experimentaram novos sons que culminaram em Summer Paradise e Singing In The Rain, músicas que repercutiram super bem. Continua dizendo que talvez a cena pop punk esteja voltando, dando o exemplo do Green Day que lançou uma música recentemente e está no topo das paradas. Finaliza dizendo que ele está se sentindo bastante “ativo” e está feliz por fazer parte disso tudo.

Diante disso, o entrevistador diz que a maioria das bandas está trazendo músicas mais alegres e que ele percebe que isso vem dos “quarentões”. Jeff destaca que o início do SP foi quando estavam com dezoito, dezenove anos, que ainda eram estudantes, mas agora sentem que as músicas não precisam mais falar de relacionamentos amorosos para fazer sucesso. Eles buscam ser verdadeiros e honestos, tentam fazer a música soar o mais possível do “universal”.

Falando sobre bandas daquela época, o entrevistador se diz bastante fã de Blink 182 e que quando ouviu o último álbum dos caras [California] quase não os reconheceu, porque parecia que as composições foram escritas por versões adolescentes dos integrantes. A pergunta para Jeff foi: “Você acha que conforme uma banda cresce e chega num momento similar ao do Simple Plan, vocês tem que ser mais maduros e devem escrever músicas que falam sobre pagar impostos, ter filhos e como fazer serviços de manutenção em uma casa?”. Jeff ri e dá como exemplo “I’m Just a Kid”, que foi lançada há 15 anos atrás, dizendo que se ela fosse lançada atualmente eles estariam se enganando, que ia beirar o inacreditável. Ainda assim a tocam nos shows e ela é forte, mas que pode ser que sim, que faça sentido cantar sobre coisas mais relevantes da vida, coisas mais sólidas. Hoje ele prefere tocar sobre o que realmente importa.

Outra questão é sobre a fanbase do Simple Plan. Há motivos para que a banda e os fãs cresçam, mas que permaneçam ligados. Jeff não deixa de mencionar que a banda está sempre atualizando redes sociais e que nelas eles mostram quem realmente são e que, esperançosamente, as pessoas ainda se importam. A entrevista continua e Jeff comenta que ainda são os mesmos cinco caras fazendo o que gostam e que é isso que mantem a banda sendo verdadeira.

O entrevistador comenta que sua mãe queira muito ir a um show em que a Natasha Bedingfield estivesse cantando Jet Lag e que gostaria de conhecer a banda. Jeff responde rindo, dizendo que seria ótimo, mas que recomendaria que não deixasse ela chegar perto do David, já que ele poderia dar em cima dela e que ele provavelmente não gostaria de ter o David como padrasto.

Ainda sobre essa questão de relacionamento, ele pergunta se acha que Avril Lavigne “envergonhou” o povo canadense ao se casar com Chad Kroeger. Jeff ri, dizendo que realmente foi estranho, mas que ela é um doce de pessoa, que fizeram turnê com ela no começo da carreira, que pediu divórcio do ex-marido [Deryck Whibley, do Sum 41], então foi uma surpresa serem dois divórcios em cinco anos.

A entrevista é finalizada com um fã perguntando qual a força do Simple Plan. Jeff responde abertamente, dizendo que é o carinho com os fãs, que são eles o motivo de ainda poderem tocar por aí e que desde o começo interagiam com eles. “Esse é o segredo do nosso sucesso”, diz o guitarrista.